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Visões sobre o futuro da digitalização dos supermercados

Por: Fernando Bravo

CEO e Fundador da VipCommerce

Fundador e CEO da VipCommerce, é especialista em e-grocery e no desenvolvimento de tecnologias para o varejo alimentar. Foi supermercadista por mais de 18 anos e vice-presidente de tecnologia da AMIS.

Na edição 2024 da Grocery&Drinks, compartilhei visões reveladoras de especialistas do mercado a respeito do futuro da digitalização dos supermercados e o que esperar em termos de inovação e tecnologia.

Confira visões reveladoras de especialistas do mercado de grocery a respeito do futuro da digitalização dos supermercados e o que esperar em termos de inovação e tecnologia.

As percepções vieram de uma gama diversificada de profissionais, incluindo varejistas, membros da indústria, consultores experientes, fornecedores de tecnologia, acadêmicos e especialistas em inteligência de dados. Três grandes percepções se destacaram, traçando um caminho para o futuro do setor.

1. A consolidação da omnicanalidade é um caminho inequívoco e sem retorno

A jornada para a omnicanalidade é claramente irreversível. A integração entre os canais online e offline é uma realidade em direção à consolidação. Bruna Habka, diretora executiva do Big Box, prevê que a loja física se transformará em um ambiente de experiências, com os perecíveis em destaque, enquanto o e-commerce se encarregará do abastecimento dos produtos industrializados. Leonardo Cavalcanti, CIO do Nordestão, reforça essa visão, apontando que o varejo alimentar ajustará seu sortimento com um crescimento nos perecíveis e na cadeia de frios. A digitalização é um movimento que veio para ficar, e o consumidor, mais do que nunca, está no centro dessa transformação.

2. Rentabilidade é o desafio supremo dos varejistas em tempos de incerteza

A busca pela rentabilidade em um cenário de incertezas emerge como o desafio mais crítico para os varejistas. Um caminho mais eficiente apontado para tratar esse ponto é a personalização das ofertas e da comunicação com os clientes e o retail media surge como uma estratégia importante na recomposição de margens, segundo Manuel Guimarães, CEO da Propz. A visão da indústria é que o varejo poderá monetizar seus ativos não apenas com recursos de vendas, mas também com os de marketing. Com um ROI de três a seis vezes maior do que a mídia tradicional, conforme a pesquisa Retail Media Insights 2023 da Newtail, a importância dessa abordagem é inegável para o futuro do varejo.

3. Pessoas: investimento no mais importante ativo das empresas

Por fim, a terceira grande percepção reafirma que as pessoas são o ativo mais valioso de qualquer organização. Investir em capital intelectual e fomentar uma cultura organizacional robusta são fundamentais para o sucesso sustentável. A cultura organizacional deve ser construída com propósito e estratégia claros, focando na atração e retenção de talentos, bem como no preparo das lideranças para enfrentar os desafios do varejo moderno.

Essas visões dos especialistas nos oferecem uma perspectiva clara do que esperar e como nos preparar para o futuro. A digitalização é uma realidade que veio para ficar, e a inovação e a tecnologia são ferramentas essenciais nesse processo. No entanto, é a compreensão profunda do consumidor, a capacidade de adaptação e a valorização das pessoas que se destacam como os verdadeiros pilares para a evolução contínua do setor, um mercado cada vez mais dinâmico e complexo.