Logo E-Commerce Brasil

Smart commerce: IA, personalização e redes sociais no centro das vendas online

Por: Bruno Brito

CEO da Empreender

Co-fundador da Empreender, empresa que desenvolveu o Dropi (maior plataforma de dropshipping da América Latina) e mais de 20 apps como SAK, Rastreio.net, Lily Reviews e Landing Page.

Ver página do autor

O e-commerce está entrando em uma nova era. Em vez de apenas vender produtos, as marcas agora precisam construir jornadas inteligentes, responsivas e personalizadas – guiadas por dados, tecnologia e comportamento do consumidor.

Mulher usando o celular com ícones de compras ao redor.
Imagem: Reprodução.

Esse é o coração do que se chama hoje de smart commerce ou comércio inteligente. Com base em relatórios recentes, confira como esse conceito está sendo aplicado na prática e o que o lojista virtual pode fazer desde já para adaptar sua operação.

O que é smart commerce?

Smart commerce é a evolução do e-commerce tradicional, em que a experiência de compra é guiada por inteligência artificial (IA), personalização em escala e integração entre canais. Segundo o relatório “The State of Smart Commerce” da Productsup, smart commerce significa criar experiências de compra que:

– Respondem ao comportamento do consumidor em tempo real;
– São altamente personalizadas e ajustadas ao contexto de navegação;
– Usam IA para prever demanda, otimizar conteúdo e sugerir produtos;
– Integram redes sociais, marketplaces, apps e lojas próprias em um único ecossistema fluido.

Essa abordagem transforma a operação de venda em algo mais estratégico e sustentável. Ela atende tanto o cliente (com mais relevância e agilidade) quanto o lojista (com eficiência e dados para decisões mais inteligentes).

Como a IA está moldando o novo varejo?

O relatório da Productsup também mostra que a IA já está presente em diversas frentes do comércio – muitas vezes sem que o consumidor perceba.

Ela atua tanto no front (com personalização de conteúdo e experiência de compra) quanto no backoffice (como categorização de produtos, previsão de estoque, detecção de fraude e tradução automatizada). Entre os exemplos práticos mais usados estão:

– Criação automática de descrições de produto, adaptadas por canal;
– Recomendações personalizadas em tempo real, com base no comportamento do usuário;
– Traduções e localizações automáticas, para lojas com atuação internacional;
– Detecção de padrões para prever tendências de consumo;
– Aplicações com realidade aumentada, como o app da IKEA que mostra móveis no ambiente real do consumidor.

Tudo isso contribui para uma jornada de compra mais fluida, eficiente e alinhada com as expectativas do novo consumidor digital.

O papel das redes sociais e do TikTok no smart commerce

Enquanto a IA automatiza e personaliza a experiência de compra, as redes sociais estão antecipando desejos antes mesmo que o consumidor os manifeste conscientemente. O TikTok é hoje um dos principais catalisadores desse movimento.

Segundo o relatório TikTok What’s Next Shopping Trend 2024, a plataforma já utiliza inteligência artificial para identificar padrões emergentes de consumo antes que eles se consolidem. O sistema analisa em tempo real uma combinação de sinais, como:

– Engajamento com vídeos;
– Termos buscados;
– Comentários deixados nos conteúdos;
– Até mesmo as legendas e descrições de produtos.

Com base nesses sinais, o algoritmo consegue antecipar quais categorias ou itens vão despertar interesse coletivo, e isso permite que marcas estejam presentes antes mesmo da curva de demanda atingir o pico.

Esse fenômeno foi batizado no próprio relatório de smart commerce: um modelo de consumo em que o desejo é previsto pelo algoritmo, não apenas respondido. A experiência de compra deixa de ser reativa e se torna proativa, contextual e em tempo real.

O TikTok não é o único canal nesse movimento, mas é onde isso está mais visível. A personalização não se limita ao usuário final: ela molda os produtos em destaque, os criadores promovidos e até os formatos de anúncio priorizados.

Para lojistas, isso significa que o conteúdo precisa estar pronto para responder (e até antecipar) tendências. E mais: o uso de IA para criar, adaptar e posicionar esse conteúdo já é uma necessidade estratégica, não mais um diferencial.

O que lojistas virtuais podem (e devem) fazer agora?

Mesmo que o lojista não tenha uma equipe de tecnologia, já é possível aplicar princípios do smart commerce ao seu negócio Veja como começar:

– Personalize o conteúdo com IA: ferramentas de IA permitem gerar descrições, títulos e até imagens adaptadas para cada canal (como TikTok, Instagram ou Google Shopping). Isso melhora a conversão e reduz o trabalho manual;
– Humanize sua marca: conteúdos espontâneos e informativos performam melhor do que peças publicitárias tradicionais. Busque parcerias com criadores locais ou transforme avaliações de clientes em vídeos curtos e reais;
– Use os dados a seu favor: dados de navegação e comportamento ajudam a criar experiências personalizadas. Exibir produtos com base em histórico de compra, por exemplo, aumenta a conversão e reduz abandono de carrinho;
– Estenda a jornada pós-compra: não pare no “pedido confirmado”. Use automações para oferecer cupons, brindes, kits e outras formas de bounceback. Isso reduz CAC por cliente e aumenta a frequência de compras.

A jornada de compra é social, emocional e automatizada

O consumidor de 2025 espera experiências que se encaixem na sua rotina, ofereçam valor imediato e tenham alguma personalização.

Ele é influenciado por criadores, descobre produtos em vídeos curtos e quer se sentir reconhecido – do primeiro clique até o pós-venda.

Smart commerce é a resposta para esse novo cenário, pois une a eficiência da IA, o poder da personalização e a força da influência social para transformar cada compra em uma experiência conectada, e cada cliente em um canal de crescimento para o seu negócio.