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O que o amor pelos animais revela sobre o novo consumidor brasileiro

Por: Pedro Henrique Sobral

Gerente de Marketing

É gerente de marketing na Tray, unidade de e-commerce da LWSA. Com mais de 10 anos de vivência no mercado de tecnologia e e-commerce, Pedro, gerenciou equipes de marketing de conteúdo, mídias sociais, branding, comunicação e marketing de produto. Tem MBA em Marketing, graduação em Processos Gerenciais e licenciatura em Filosofia, também atua como palestrante e professor no ensino superior.

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Recentemente tivemos o Dia do Pet, comemorado em 14 de outubro, que vai muito além de uma simples celebração para quem tem um animal de estimação.

Mulher sorridente abraçando um cachorro da raça corgi, transmitindo carinho e afeto.
Imagem: Freepik.

A data reflete um fenômeno econômico e cultural que movimenta bilhões e revela transformações profundas no comportamento de consumo.

Segundo o Instituto Pet Brasil (IPB), o país é o terceiro maior mercado pet do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China.

Em 2024, o setor ultrapassou a marca de R$ 60 bilhões em faturamento, impulsionado não apenas pela venda de alimentos, mas também por uma expansão expressiva de produtos premium, serviços personalizados e experiências digitais voltadas para o bem-estar animal.

Mas o que isso ensina para o varejo brasileiro? Que, quando o consumo se conecta a emoções reais, propósito e cuidado, o engajamento cresce de forma natural e a fidelização vem como consequência.

Comportamento do consumidor: o pet como membro da família

Os números do mercado pet não crescem apenas por conveniência ou moda. Eles refletem uma mudança de mentalidade: o pet deixou de ser um animal de estimação para se tornar um membro da família.

Esse movimento, conhecido como antropomorfização, leva os consumidores a projetarem sentimentos humanos em seus animais, o que impulsiona decisões de compra mais afetivas.

De camas ortopédicas a assinaturas mensais de brinquedos e alimentos, as escolhas são guiadas por uma busca por cuidado, qualidade e vínculo emocional.

Essa lógica afetiva redefine o papel das marcas: elas deixam de vender produtos para vender significados.

Assim, o sucesso não depende apenas do preço, mas da capacidade de criar experiências que reforcem valores compartilhados como amor, empatia e confiança.

O que o varejo pode aprender com o mercado pet

O varejo brasileiro pode extrair lições valiosas desse segmento. Entre elas, três se destacam:

1. Personalização e empatia

O consumidor quer se sentir reconhecido. As marcas do universo pet investem em comunicação próxima, atendimento humanizado e ofertas baseadas em dados de comportamento. Essa atenção ao detalhe cria conexões emocionais e amplia o ticket médio.

2. Comunidade e pertencimento

O mercado pet não vende só produtos: ele cria comunidades apaixonadas. Grupos em redes sociais, eventos presenciais e até programas de adoção geram vínculos duradouros entre consumidores e marcas. É o marketing relacional em sua melhor forma.

3. Marketing emocional e propósito

O amor pelos pets é uma das emoções mais universais, e as marcas que entendem isso constroem narrativas autênticas. Varejistas que comunicam valores de forma sincera fortalecem sua identidade e fidelizam clientes além do preço ou conveniência.

Para quem busca praticidade na hora de vender online, uma boa opção é contar com plataformas de e-commerce que facilitem integrações com marketplaces do setor.

Tecnologia, dados e omnicanalidade no universo pet

O e-commerce teve papel essencial na consolidação do mercado pet. Com a digitalização acelerada, tutores passaram a buscar soluções rápidas, práticas e personalizadas, abrindo espaço para experiências omnicanal.

Pet shops digitais, marketplaces e plataformas de assinatura cresceram ao combinar conveniência com relacionamento.

O uso inteligente de dados permite prever preferências, sugerir reposições automáticas de produtos e até antecipar campanhas sazonais.

Nas redes sociais, a força do conteúdo visual, especialmente no Instagram e TikTok, impulsiona o engajamento e transforma pets em verdadeiros influenciadores digitais.

O sucesso de marcas que unem storytelling emocional e tecnologia é um exemplo claro de como o varejo pode unir performance e afeto.

Insights para o futuro do varejo brasileiro

O mercado pet nos ensina que o consumo moderno é emocional, conectado e orientado por valores.

No centro dessa transformação está o desejo por experiências significativas, que combinem conveniência com autenticidade.

As marcas que entenderem essa dinâmica poderão transformar qualquer categoria em uma história de vínculo e propósito.

Afinal, o sucesso no varejo, seja de ração, roupa ou tecnologia, depende da mesma fórmula: conhecer profundamente o consumidor, oferecer valor real e construir confiança ao longo do tempo.