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Mobile commerce não é tendência, é um fato atual

Nós sempre ouvimos como a tecnologia mobile vai dominar o mundo, como as pessoas não desgrudam do celular, como cresce o número de vendas de smartphones no Brasil e no mundo. Mas será que as pessoas têm a verdadeira percepção do quanto o celular é usado? Ou do quão importante ele é para o futuro da nossa duradoura relação com a Internet? Eu acredito que não. Acredito que ele tenha se infiltrado em nossa vida e nós só percebemos o quanto o usamos quando, devido a uma força maior, ficamos sem ele por um período estendido de tempo. Vou mostrar alguns números apenas para exemplificar a importância do mobile não só para hoje, mas para o futuro próximo.

Começo com uma breve história da Internet, para que eu possa situá-los e para que a surpresa dos números que vou apresentar não seja assustadora apenas para mim. Em 1998 o Google e PayPal foram fundados – 2 anos depois do Hotmail, 3 anos depois do Netscape e 4 anos depois do Yahoo e Amazon.  Ou seja, em 2000 a web já era usada para busca, compras, pagamentos e diversas outras funcionalidades. Todos nós nos lembramos da nossa dependência na Internet já no ano de 2000, seja para fazer projetos escolares, baixar músicas, fazer compras online ou nos comunicar com nossos amigos. Mais uma vez, o ano de 2000 foi o estouro da bolha do “dot-com”, o momento em que a Internet atingiu seu ápice com empresas online. Porém em 2013 usamos a Internet em nossos celulares até 18 vezes mais – sim, dezoito vezes mais – do que toda a Internet global em 2000. Ou seja, em qualquer mês de 2013 usamos a Internet pelo celular mais do que toda a Internet usada no ano de 2000. Assustador.

Esse volume todo de dados não é algo que parece estar atingindo o seu pico neste momento. De 2012 para 2013 a evolução foi de mais de 81%. Antes que alguém pense que esse crescimento veio dos 5.1 bilhões de dispositivos móveis que não são smartphones, vou esclarecer: aproximadamente 90% do tráfego mobile veio apenas dos 1,5 bilhões de smartphones, e não dos demais dispositivos. E de todas as regiões do mundo, a que teve o maior crescimento no uso mobile foi a América do Sul – que mais do que dobrou a porcentagem de acesso à rede via mobile. (http://www.statista.com/topics/779/mobile-internet/chart/1380/mobile-web-usage/).

Hoje, 79% do mercado móvel são celulares que ainda não foram convertidos para smartphones, e isso mostra o tamanho da evolução que ainda está para acontecer. Mas não foi apenas o número de smartphones que aumentou o tráfego mobile. As conexões estão cada vez melhores e, por mais que 4G represente apenas 2,9% de todas as conexões mundiais, 30% de todos os dados de internet mobile vieram desse tipo de conexão. Estão começando a imaginar o tamanho, o volume, o potencial que o mundo mobile tem? E quando 60% estiver com 4G? E 100%? E quando estivermos com 2,9% de conexão 5G ou XG, ou seja lá qual for o nome da próxima conexão? Sem contar que a velocidade da conexão média também aumentou de 526Kbps para 1,387Kbps. Porém, um número bem interessante para ser levado em consideração é parte de todos os dados mobile registrados foram acessados via conexões Wifi. Ou seja, se essas pessoas que acessaram a Internet via Wifi tivessem feito a mesma conexão via seus provedores móveis, teríamos um crescimento de 98% e não de 81% na taxa de uso em relação ao ano passado. Absurdo.

Tá. Eu disparei um monte de números em relação ao passado e presente e dei a entender que ele tem um baita de um potencial, certo? Bom, qual é esse potencial? De acordo com a Cisco, fonte dos dados desse texto, até 2018 (ou seja, durante a vida universitária do mais recém calouro) 4G será 15% da conexão do mundo e representará 51% dos dados. No mínimo dobrando a velocidade média das conexões. E o número de smartphones? A previsão é que de 2013 para 2018 vamos de aproximadamente 1,5 bilhões para 3,15 bilhões de smartphones no mundo. Isso não inclui tablets, que devem passar de 1,5% de representação para 5% (dos totais 8,2 bilhões de dispositivos móveis no mundo) em 2018.

Esses estudos também mostram que confiaremos mais em nossas conexões para realizar ações maiores do que as que costumamos realizar hoje. Cada smartphone vai acessar 5 vezes mais dados do que acessam hoje, e isso mostra que até 2018 nosso celular será nossa principal fonte de informação e ações. Também representa a evolução do “E” para o “M”, que para nós é uma das frentes mais importantes, já que a evolução do eCommerce para mCommerce já vai ter se consagrado em 2018. Será completamente necessário para o comércio ter uma forte presença mobile, não só com de redes sociais e através de formas de se comunicar com seus clientes, mas também de vender diretamente para eles. As grandes marcas já enxergam essa tendência e já possuem seus próprios apps ou sites responsivos porém, com essa evolução, todas as lojas terão que ter essa presença. Nos EUA o mCommerce explodiu de um pouco mais de $3,3bi USD em 2010 para $25bi USD em 2013 (http://mashable.com/2013/08/27/mobile-commerce-25-billion/), e isso é a tendência mundial. É esperado que até 2017 25% de todas as vendas online nos EUA serão feitas através de dispositivos móveis e somente lá já será um mercado de mais de $100 bilhões de dólares (http://mashable.com/2013/04/24/mcommerce-sales-forecast/).

Os hábitos estão mudando e a tecnologia está evoluindo. Enquanto as pessoas estiverem indo cada vez mais para o mundo mobile, o comércio e serviços também terão de acompanhar. Essa evolução está apenas no começo é cada vez mais presente, mas ao olhar para os números e para seu potencial, fica claro que ela claramente representa o futuro próximo.

Fonte: http://www.cisco.com/c/en/us/solutions/collateral/service-provider/visual-networking-index-vni/white_paper_c11-520862.html