Existem regras para o uso da Social Media? Até que ponto o marketing praticado de forma agressiva/radical pode prejudicar/beneficiar as empresas?
Com o crescimento desenfreado das mídias sociais, o modo de fazer publicidade/propaganda/relacionamento/mkt/buzzz e muitos outros termos mudou drasticamente. Isso não é novidade, correto?
Tenho visto e analisado diversas campanhas utilizando essa fantástica ferramenta. Em sua maioria, sempre politicamente corretas. Muitas marcas/produtos prezam pelo relacionamento com o cliente sem querer desagradá-lo, em hipótese alguma. Frases como “não podemos desagradar nossa rede de contatos” e “temos de agir conforme eles querem” são corriqueiras. Pois bem.
Recentemente vi, e tenho acompanhado uma abordagem totalmente diferente disso no Twitter de uma loja de e-commerce de produtos eletro-eletrônicos, livros, telefonias, etc. É uma loja pequena, porém, com uma visão de marketing inovadora. (Como o artigo é sobre a estratégia, e não sobre a marca, não vou citar o nome).
Ao invés de prezar pelo politicamente correto e tentar agradar a todos, essa loja resolveu agradar apenas a quem já gosta da marca, ou seja, focou em quem é ou quer ser seu verdadeiro cliente e, de uma forma sutil (quase imperceptível), descarta aqueles que não gostam (entende-se, não comprariam) da loja. Muitos podem pensar que isso é suicídio, que a loja deveria agradar a todos para que todos pudessem comprar com ela, etc. Eu analisei com outros olhos.
Ao contrario da grande maioria, a marca posta tweets freneticamente durante o dia. Faz sorteios diários, às vezes periódicos, entre seus seguidores (com produtos interessantíssimos, diga-se de passagem), indica seguidores, não se preocupa com a ortografia/gramática dos textos, faz brincadeiras com os seguidores, aceita e divulga críticas e erros, entre outros.
Muitos depoimentos falam: “Não é possível seguir tal perfil”, “Nossa, esse perfil enche o Sac#%&*” e por aí vai. Recebe diversas críticas, mas, o mais importante, também recebe diversos elogios, principalmente dos ganhadores dos produtos nos sorteios e nas parcerias firmadas entre as lojas e os internautas, blogueiros, etc.
Periodicamente recebe mais de 300 RT em suas promoções, chegando a atingir mais de 1000. Considerando que as promoções são diárias, esses são excelentes números.
O que mais um cliente quer, do que ser atendido do jeito que ele gosta, pela loja que ele tem prazer em comprar?
Em conversa com amigos, também do meio publicitário, essa abordagem veio à discussão, e tiramos a seguinte conclusão: de que vale uma marca tentar agradar a todos, ser politicamente correta e não vender? Não ter receita alguma com a ferramenta?
Não adianta ter 4 ou 5 tweets por dia e vender 2 produtos por semana. O importante é ter 50 tweets e vender 3 produtos por dia. Sem contar a indexação no Google e as primeiras posições em diversas ferramentas de estatísticas na internet, como o Migre.me e o Twitter Analizer.
Esse perfil perde muitos seguidores, que o consideram abusivo, mas também ganha muitos outros interessados nos sorteios e brindes. Essa abordagem gera fidelização e relacionamento a longo prazo.
Isso gera também uma viralização. As famosas promoções de “De um RT e concorra a…”, “Se atingirmos x seguidores até y horas vamos sortear um produto z” dão muito certo e fazem com que os seguidores consigam outros novos. É a busca por vantagens e benefícios.
Sei que é contra os princípios do marketing, mas por que colocar seus esforços em clientes que não geram valor para sua marca? Clientes que não falam bem dela?
Aí vêm minhas perguntas: – Existem regras para o uso das mídias sociais? Mais ainda, existem regras para o uso do marketing? Essas regras devem ser obedecidas à risca ou podem ser quebradas?
Ainda há muito o que descobrir no marketing e nas relações entre marcas e consumidores. Muitas regras e conceitos de marketing serão quebradas, abandonadas e criadas. O importante é ficar atento a cada oportunidade. Façam suas apostas.
Obs: Marketing Radical = modelo de marketing que tem por base agir da maneira que outros concorrentes não fazem, com ousadia, radicalidade, diferença. As empresas que praticam o marketing radical se diferem das tradicionais tanto na maneira com veem o mercado quanto nas técnicas de abordagem que usam. Exemplos de empresas que utilizam: Harley Davidson, Nike, Lee.
Se tiver dúvidas, sugestões ou críticas, fique à vontade para postar ou enviar para meu e-mail ou deixar nos comentários!
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Até a próxima! Abraços.