Sai ano e entra ano e todo relatório sobre o e-commerce brasileiro aponta para a tendência mobile, que de tendência, na verdade, já passou tem algum tempo, especialmente desde o ano passado, quando o Google passou a exigir sites responsivos. Na prática, de lá pra cá, a empresa passou a considerar a compatibilidade dos sites na criação do seu ranking de pesquisa, ou seja, aqueles não adaptáveis a smartphones e tablets perderam relevância.
Mas por que o Google passou a fazer essa exigência? Certamente não foi uma ideia tirada do nada e surgiu por mudanças no comportamento do próprio consumidor. Com uma rotina tão atribulada e a velocidade com a qual as informações chegam ao indivíduo, ele se vê, mais do que conectado, quase dependente dos dispositivos móveis. As justificativas são inúmeras – a praticidade, a agilidade, a comodidade – é possível trabalhar de casa ou da praia, ficar ligado no que acontece em sua cidade ou até no que acontece do outro lado do mundo.
E o e-commerce não pode perder essa deixa! E, realmente, não perde. De acordo com dados do Webshoppers, relatório da E-bit, entre 2012 e 2014 o número de vendas realizadas por meio dos dispositivos móveis subiu de 0,8% para 9,7% do total. Dados recentes apontados pela Precifica também indicaram que, no primeiro semestre do ano passado, 14% de todas as transações realizadas no e-commerce foram concretizadas a partir dos mobile devices. Podemos atestar que o crescimento é expressivo e o potencial ainda é imenso! Por isso, é preciso saber aproveitá-lo! É preciso fazer parte deste movimento! É a oportunidade de ser local e, ao mesmo tempo, operar sem fronteiras físicas. O m-commerce é, além disso, a oportunidade de usar todo o potencial da virtualidade e alcançar o consumidor onde quer que ele esteja, em qualquer lugar ou rede social.
Além disso, o público jovem – futura geração de consumidores – vem abandonando progressivamente os desktops. Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil, divulgada em 2015, pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), entidade que integra o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), 82% dos jovens entrevistados (9 a 17 anos) afirmaram utilizar o celular para acessar a Internet – em 2013 esse percentual era de 53%; por outro lado, apenas cerca de 56% dos entrevistados disse utilizar o desktop para acessar a rede – 15% a menos do que o percentual de dois anos atrás. Os números demonstram o que já vem se falando há algum tempo no universo do comércio online: o m-commerce é, sim, o futuro e o início dessas mudanças já se vê agora. Portanto, quem deseja estar à frente, precisa começar a pensar em como se adequar a este novo cenário desde já! Até porque, toda transformação exige algum tempo para ser implantada e quanto antes isso acontecer, melhor para o seu consumidor e para sua empresa (e para o seu bolso).
Apesar de todos esses indícios, há quem diga que essa mudança é gasto. Pelo contrário, eu diria que é investimento e, por sinal, inevitável, pois se não é necessária hoje, futuramente será e, com certeza, sairá mais caro lá na frente do que agora. Afinal, é só pensarmos na lógica da oferta e demanda – quanto menos pessoas precisam e buscam, mais atrativo é o preço; quanto mais pessoas necessitam e procuram pelo serviço, mais caro ele se torna. Além disso, quem trabalha com e-commerce sabe: a concorrência está mais perto do que se imagina, a um clique de distância, e qualquer recurso que te faça sair à frente é diferencial e, mais cedo ou mais tarde, indispensável. Resta saber em qual dos pelotões você vai querer sair: o da linha de frente ou o dos retardatários?