Estamos na contagem regressiva para que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD – Lei 13.709/2018) comece a valer aqui no Brasil. Sancionada em 2018, a aprovação dessa lei coloca o país como um dos 120 que têm uma
regulamentação específica voltada ao uso de dados pessoais pelas empresas.
Desde que foi sancionada, as companhias começaram uma verdadeira revolução dentro de suas áreas jurídicas para se adequar a tempo de não pagar multas, uma vez que aquelas que não estiverem dentro das novas regras estarão sujeitas a punições que podem chegar a R$ 50 milhões – ou 2% do faturamento do ano anterior.
O que muita gente tem ignorado é que a LGPD não está relacionada unicamente à área jurídica. Ela também impacta, e muito, na área de TI, uma vez que dados são informações computacionais.
Por isso, não adianta alocar todos os esforços para entender o “juridiquês” e deixar a segurança dessas informações de lado, sem dar atenção a seu armazenamento e gerenciamento.
LGPD também é tecnologia
Para o e-commerce, em que dados pessoais são essenciais para a finalização das vendas, o cuidado deve ser redobrado.
Isso porque datas como Black Friday e Natal, por exemplo, tendem a ser mais propícias para as compras, movimentando mais dados e enchendo os olhos dos hackers.
Com isso, dois fatores são essenciais: manter em sistema apenas os dados extremamente necessários para o serviço que a companhia exerce e investir em ferramentas que auxiliem na cibersegurança.
Isso é essencial para evitar riscos desnecessários e ter mais vulnerabilidade em possíveis ataques.
Segundo o levantamento mais recente realizado pela BSA em 2018, nunca estivemos tão suscetíveis a ataques como nos últimos tempos, afinal todos os dias surgem oito novas ameaças de malware por segundo.
Aliás, essa é uma das principais preocupações dos CIOs quando se fala em malwares que acompanham os softwares não licenciados.
Roubo de dados
Aproximadamente 46% deles apontam o roubo de dados como o grande risco, seguido de acesso não autorizado à rede (40%), resposta a possíveis ransomwares (30%), interrupções do sistema e tempo de inatividade (28%) e tempo e custo de desinfecção da rede (25%).
Se por um lado eles têm conhecimento dos riscos que correm, de outro ainda ignoram o fato. Atualmente, o Brasil possui uma taxa de 46% de utilização de softwares não licenciados em suas empresas, número maior que a média
mundial, que está em torno de 37%.
As organizações enfrentam um problema seríssimo, pois há chance de quase uma em cada três empresas de encontrar malwares quando instalam softwares não licenciados nas máquinas.
Os custos de lidar com esses ataques de malware podem chegar a mais de US$ 10 mil por computador infectado. Com a LGPD, esse valor tende a ser cada vez maior, uma vez que, além de custear os danos do próprio ataque, ainda haverá as punições e multas que protegem os usuários afetados.
Com tudo isso, essa reta final antes da chegada da LGPD é importante para avaliar o quanto as áreas de TI estão preparadas para proteger esses dados.
Fica a reflexão sobre como vale a pena investir em softwares que ofereçam a parceria e segurança necessárias para que companhias de todos os portes consigam garantir que os dados de seus usuários estejam seguros, pois em um momento tão importante de mudanças de legislação como este, todos saem ganhando.