Fraudes não afetam apenas o resultado financeiro. Elas corroem o bem mais difícil de reconstruir: a confiança. Cada golpe que atinge uma marca mina a credibilidade construída ao longo de anos.

A Black Friday é o grande palco do consumo digital no Brasil. É quando o e-commerce atinge seu auge de operações, o marketing acelera e o consumidor, movido pela urgência das ofertas, relaxa suas defesas. Nesse mesmo ambiente, os fraudadores também se preparam, agindo de forma cada vez mais organizada, discreta e sofisticada.
Golpes mais comuns e a vulnerabilidade dos consumidores
De acordo com o E-Commerce Brasil, as tentativas de fraude no comércio eletrônico cresceram 3,5% em 2024 em relação a 2023. Esse número, mais do que um alerta pontual, mostra uma mudança de natureza. A fraude deixou de ser um ato isolado e passou a se comportar como um negócio estruturado, impulsionado por tecnologia, dados e engenharia social.
Hoje, criminosos criam identidades digitais falsas com uso de deep fakes e manipulação de informações pessoais. Cada avanço na experiência do usuário abre uma nova brecha a ser explorada. Combater esse movimento exige mais do que barreiras de segurança ou processos de verificação. Exige inteligência capaz de aprender e se antecipar.
Como a tecnologia virou aliada no combate aos golpistas
É nesse ponto que a inteligência artificial assume protagonismo. Ela observa padrões, analisa o comportamento de cada usuário em milissegundos e toma decisões baseadas em contexto e histórico. Em datas de grande movimento, como a Black Friday, essa capacidade de resposta é o que separa uma operação segura de um prejuízo milionário. A tecnologia passou a atuar como um sistema nervoso do negócio, capaz de identificar ameaças antes que elas se concretizem.
As soluções mais modernas conectam bases de dados, validam identidades com biometria, analisam trajetórias de navegação e correlacionam informações de dispositivos e transações. O resultado é um ecossistema de defesa que não apenas reage, mas antecipa.
A tecnologia deixou de ser escudo e passou a ser radar.
Segundo o Instituto DataSenado, mais de 40 milhões de brasileiros foram vítimas de algum golpe digital em 2024. O dado evidencia o tamanho da vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, a urgência de uma resposta coordenada entre empresas, consumidores e reguladores. Segurança digital já não é um tema restrito à área de tecnologia. Ela se tornou um fator determinante de confiança, reputação e continuidade dos negócios.
Proteger uma operação vai muito além de evitar perdas. Significa tomar decisões rápidas sem prejudicar a experiência do cliente, adaptar regras de forma dinâmica, garantir escalabilidade e manter integração entre sistemas de maneira fluida e em conformidade com a legislação e os reguladores. A segurança deve estar no centro da estratégia, não à margem dela.
Fraude é, antes de tudo, um ataque à credibilidade. Investir em prevenção não é custo, é estratégia de crescimento. Em um mercado cada vez mais competitivo e digitalizado, vencerá não quem vender mais, mas quem conseguir vender com mais confiança.