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Enquanto o e-commerce bate recordes, golpistas não perdem tempo: última Black Friday registrou 18 mil tentativas de fraude

Por: Wagner Elias

Com mais de 20 anos de experiência em segurança de aplicações, Wagner Elias tem liderado a Conviso como CEO, impulsionando sua expansão no mercado global de AppSec. É membro ativo da comunidade de AppSec e um palestrante frequente em conferências de tecnologia, focando em inovação e melhores práticas em segurança de aplicações.

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Em 2025, o e-commerce brasileiro deve bater mais um recorde. E, como CEO de uma empresa que vive no coração da segurança digital, eu comemoro, mas também me preocupo. Por trás da avalanche de pedidos e cliques, cresce um inimigo: as fraudes digitais.

A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) projeta um faturamento de R$ 224,7 bilhões para o setor este ano, um aumento de 10% sobre 2024. Estamos falando de 435 milhões de pedidos e 94 milhões de consumidores comprando online. É um crescimento ininterrupto há oito anos.

O problema é que as “temporadas quentes”, como Black Friday, Dia dos Pais e Natal, também são temporadas de ataque. Lembro bem do que vimos na edição da Black Friday de 2024. Só até o meio-dia do sábado (do pós), houve 17,8 mil tentativas de fraude, totalizando R$ 27,6 milhões barrados. O ticket médio desses golpes foi de R$ 1.550,66, mais que o triplo do valor de uma compra legítima. Os alvos são games, informática e instrumentos musicais.

O impacto das novas formas de pagamento

O Pix, por exemplo, disparou 120,7% na última Black Friday, movimentando R$ 130 bilhões em um único dia, segundo o Banco Central. É um feito impressionante, mas também um prato cheio para golpistas. Mais velocidade e instantaneidade significam menos tempo para detectar e barrar ataques.

Por isso, sempre repito que a segurança digital não é um botão que você aperta no fim do projeto. É um processo contínuo, que começa antes da primeira linha de código. No setor de segurança de aplicações (AppSec), nosso trabalho é encontrar vulnerabilidades antes que elas virem problema real. É como construir uma casa já pensando nas fechaduras, nas câmeras e no portão, e não esperar o ladrão chegar para agir.

Na Conviso, entendemos que esse preparo começa meses antes das grandes datas. Revisamos plataformas, fazemos testes de penetração, integramos ferramentas ao DevOps e treinamos times de tecnologia para que a segurança seja rotina.

Tecnologia e certificações como diferencial competitivo

Com a aquisição da Site Blindado pela Conviso, conseguimos entregar soluções desde a proteção básica até certificações como a PCI-DSS, obrigatória para quem lida com um determinado volume de dados de cartão de crédito. Isso dá ao cliente a garantia de que está comprando em um ambiente confiável.

Os números mostram que investir compensa. A Visa, em 2024, bloqueou 85% mais transações suspeitas de fraude globalmente em comparação ao ano anterior, evitando a perda de US$ 40 bilhões em operações fraudulentas, segundo dados divulgados pela U.S. News Money. Ao longo dos últimos cinco anos, a empresa também investiu mais de US$ 11 bilhões em tecnologia e sistemas de prevenção, conforme informações do Investor Visa e Corporate Visa, podendo ser citada como uma das líderes globais no combate a crimes financeiros. A chave desse salto está no uso de inteligência artificial, machine learning e análise comportamental em tempo real, tudo em milissegundos, sem atrapalhar o cliente legítimo.

Recomendações para empresas e consumidores

Com base na nossa experiência no combate a fraudes, nossas recomendações são:

– Para empresas: garantir que o site seja verificado regularmente para encontrar e corrigir falhas antes que causem prejuízo; monitorar continuamente tudo o que está exposto e pode ser explorado por criminosos; exibir de forma visível ao cliente final que o ambiente é seguro e protegido; ter proteção ativa contra ataques enquanto o site está no ar; adotar certificados que reforcem autenticidade e aumentem a confiança na compra, e atender de forma prática e rápida aos requisitos de conformidade para operações com cartão de crédito.

– Para consumidores: desconfiem de promoções boas demais; chequem sempre se o site é seguro e legítimo; prefiram plataformas conhecidas; evitem links recebidos por e-mail ou redes sociais; ativem autenticação em dois fatores.

Enquanto consumidores precisam aprender a reconhecer riscos, as empresas têm a obrigação de oferecer ambientes seguros e protegidos. Essa combinação é o que mantém a confiança nas plataformas e sustenta um mercado digital saudável.