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Escuta: já é setembro. Sua operação D2C ainda não conversa com o marketing?

Por: Denis Strum

Com quase 20 anos de experiência em estratégias digitais e growth para negócios B2B e B2C, Denis Strum construiu uma carreira marcada pela aceleração digital de grandes empresas nos setores de full commerce, varejo e tecnologia. Iniciou sua trajetória como o primeiro profissional de marketing da Westwing, onde foi responsável por estruturar as estratégias de aquisição e retenção de clientes, impulsionando o crescimento da marca no Brasil. Na sequência, atuou como sócio e CMO da Synapcom, pioneira em full commerce no país. Posteriormente, integrou o time da Infracommerce, onde ocupou o cargo de diretor da unidade digital. Atualmente, é diretor de Marketing da Selia Fullcommerce, liderando o posicionamento da empresa como referência em operações digitais integradas para grandes players do e-commerce brasileiro.

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Se sua entrega atrasa ou seu SAC não responde rápido, de nada adianta investir no anúncio mais caro; O cliente já desistiu antes de converter.

Você já investiu pesado em mídia, branding, influenciadores, anúncios de performance e campanhas criativas, mas a conversão continua lenta. O CAC sobe, a margem aperta, e o ROI teima em ficar abaixo do esperado.

Talvez você esteja ignorando um fato simples: a jornada do cliente não termina no clique. Na verdade, ela começa muito antes, lá no estoque, e só se completa no pós-venda.

Se a operação é frágil, todo o trabalho do marketing evapora. Frete atrasado? Conversão perdida. Produto indisponível? Mídia desperdiçada. SAC que não responde? Recompra abortada.

Marketing e operação precisam parar de andar separados. Quando se alinham, viram engrenagem de crescimento. Quando se ignoram, viram buraco negro de conversão.

O mercado não perdoa: o e-commerce brasileiro ultrapassou R$ 200 bilhões em faturamento em 2024, com previsão de R$ 234 bilhões em 2025, e quem não entende de operação perde espaço no jogo real (edrone.me).

Este artigo é um mapa provocativo sobre como integrar os bastidores logísticos com a linha de frente do marketing para crescer em vendas D2C de forma lucrativa e previsível.

A corrida começa no estoque

Se o estoque não entrega, sua mídia fica vazia. O estoque é o primeiro funil invisível da conversão.

Produto esgotado = campanha desperdiçada.

Estoque excessivo = capital travado.

Produto errado = devolução, retrabalho e prejuízo.

Segundo o E-commerce Quality Index 2024, 30% das páginas de produto estavam indisponíveis durante campanhas promocionais. Isso é como pagar por um outdoor gigante que leva o cliente para uma loja trancada.

A solução é previsão + automação:

– Integração com ERP para visão em tempo real
– Estoque de segurança para SKUs de giro rápido
– Alertas automáticos de reposição
– Análise de sazonalidade e curva ABC

Marketing precisa saber o que está disponível antes de impulsionar. Promover um SKU sem estoque é sabotar o próprio desempenho.

Estoque bem gerido não é apenas logística. É preparação de terreno para o marketing performar.

Frete: ponto crítico e decisivo

Sabia que quase metade dos abandonos de carrinho se deve ao frete?

De acordo com dados recentes do E-commerce Brasil, 48% dos consumidores abandonam o carrinho ao ver o frete caro ou prazos longos. É o fim da linha para muitas campanhas.

Outros 36,5% desistem pela falta de opções claras e previsíveis de entrega. E mais grave: 68% dos carrinhos são abandonados na etapa de preenchimento dos dados de entrega. É onde o funil quebra por uma falha de integração logística (ecommercebrasil.com.br).

Mas o que poucos percebem: frete pode virar vantagem competitiva.

Marcas que integram gateways de frete conseguem:

– Cotar diferentes transportadoras em tempo real
– Exibir opções personalizadas no checkout
– Oferecer entrega expressa ou frete grátis segmentado
– Reduzir abandonos com prazos transparentes

Marketing deve tratar frete como extensão da promessa de valor. Vendeu velocidade? Então entregue rápido. Vendeu exclusividade? Entregue com sofisticação.

Logística = marketing invisível

Logística eficiente pode transformar experiência e fidelizar invisivelmente. Logística é a parte do marketing que ninguém vê, mas todo mundo sente.

No Brasil, a logística representa 12% do PIB – quase o dobro dos EUA (7%). Quem não domina isso queima margem.

Fulfillment é onde a promessa da marca se comprova:

– Picking e packing bem feitos evitam erros
– Expedição ágil garante timing da entrega
– Last mile impacta diretamente a satisfação

Empresas como a Selia Fullcommerce já tratam fulfillment como parte central da proposta de valor.

O que você entrega é tão importante quanto como você entrega.

E mais: comunicar a eficiência logística também é branding. Mostrar que você entrega no dia seguinte é um baita argumento comercial.

Pós-venda: o ciclo que converte de novo

Não existe fidelização sem pós-venda impecável. Muita gente ainda trata SAC, devoluções e logística reversa como despesas, mas os melhores operadores tratam como canais de marketing funcional.

Quando você resolve um problema com rapidez, empatia e autonomia, você constrói confiança. E confiança vira recompra. Vira review positivo. Vira indicação.

Exemplos de boas práticas:

– SAC com resolução no primeiro contato
– Portais de autoatendimento
– Políticas de trocas descomplicadas
– Logística reversa sem atrito

Pós-venda é a extensão natural da experiência. Se você promete uma jornada fluida, ela não pode terminar num e-mail ignorado ou numa devolução sofrida.

A Reserva, marca de moda masculina do grupo AR&Co, entendeu que o diferencial competitivo no D2C não está só no estilo da roupa, mas na velocidade e qualidade da entrega.

Eles criaram um ecossistema que conecta CRM, mídia e logística em tempo real. Resultado? O cliente que compra às 11h recebe o pedido no mesmo dia em São Paulo e no Rio. E ainda recebe um WhatsApp com o nome do entregador e o horário previsto de chegada.

Isso é marketing invisível com execução cirúrgica.

Enquanto concorrentes ainda discutem onde cortar verba, a Reserva transformou operação em diferencial de marca. Essa é a diferença entre “ter uma loja online” e “dominar o e-commerce”.

Escuta: já é setembro

Faltam quatro meses para o ano acabar. A Black Friday está na esquina. O Natal já dá sinal de vida. E a pergunta é: você vai esperar 2026 chegar pra mudar o jogo?

Aqui vão três ações práticas que você pode fazer AGORA:

1. Mapeie os dez SKUs com maior giro e garanta estoque até o fim do ano. Se não tem previsibilidade, o marketing vai pagar a conta da ruptura.

2. Integre uma solução de frete em tempo real no seu checkout. O abandono de carrinho pode cair 15% só com essa mudança.

3. Revise sua régua de pós-venda. Se o cliente não é impactado nas 24h após a entrega, ele já se esqueceu de você.

Você não precisa de um plano mirabolante. Precisa de foco nos pontos que convertem.

    Marketing sem operação é barulho sem entrega. Operação sem marketing é eficiência sem crescimento.

    Juntas? Viram uma máquina de conversão. E você ainda tem tempo de fazer isso acontecer em 2025.