Logo E-Commerce Brasil

Dropshipping no e-commerce em 2025: vale a pena?

Por: Jean Makdissi

Jean é especialista em varejo com vasta experiência como comerciante, empreendedor, professor e conselheiro. Com Mestrado em Varejo pela FGV/EAESP, ele atua como CEO da Intima Store e leciona na FGV/EAESP, USP/Esalq e ESECOM. Além de ser um renomado palestrante e articulista, Jean é cofundador da B2Dive Educação e da Escola Superior de E-commerce. Ele também contribui como membro dos conselhos do E-commerce Brasil, da Associação de Lojistas do Brás e da Câmara Superior de Comércio Árabe-Brasileira.

O modelo de dropshipping, que já foi visto como uma solução revolucionária para quem deseja empreender no e-commerce sem precisar de estoque, passou por diversas mudanças nos últimos anos. Em 2025, o cenário para esse tipo de operação está diferente, influenciado pela alta do dólar, novas regulações governamentais e aprendizados recentes do mercado. Vou procurar neste artigo explorar os potenciais, riscos e desafios do dropshipping, concluindo se ainda vale a pena investir nesse modelo no Brasil.

Saiba como o dropshipping está mudando em 2025 e descubra se ainda vale a pena investir nesse modelo no Brasil.

O que é dropshipping?

Dropshipping é um modelo de e-commerce no qual o lojista vende produtos sem precisar armazená-los fisicamente. Quando um pedido é feito, o fornecedor – muitas vezes localizado no exterior – envia o produto diretamente ao consumidor final. Isso reduz custos iniciais e permite a ampliação do portfólio de produtos sem grandes investimentos.

Potenciais do dropshipping em 2025

1. Baixo investimento inicial: continua sendo uma opção atrativa para novos empreendedores que querem testar o mercado sem grande capital.

2. Variedade de produtos: com fornecedores globais, é possível vender produtos de nicho sem precisar manter estoque.

3. Automatização de processos: ferramentas avançadas permitem integrações fáceis com marketplaces, melhorando a gestão do negócio.

4. Testes de mercado: permitem validar produtos antes de fazer grandes investimentos em estoque próprio.

Riscos e aprendizados recentes

1. Alta do dólar e custos crescentes

O aumento do dólar impacta diretamente o custo dos produtos importados, tornando os preços menos competitivos para consumidores brasileiros. O lucro pode ser reduzido se os empreendedores não ajustarem suas margens de maneira estratégica.

2. Taxa de importação e fiscalização mais rigorosa

O governo brasileiro implementou novas taxas e fiscalizações sobre produtos importados por compras online. Agora, pedidos internacionais estão sujeitos a tributação mínima de 20%, além de cerca de 17% em tributos estaduais. Isso reduz a viabilidade de dropshipping tradicional com fornecedores asiáticos, que antes conseguiam operar sem impostos em muitos casos.

3. Experiência do cliente e tempo de entrega

A longa espera por produtos importados ainda é um grande problema. Com consumidores mais exigentes e concorrentes que oferecem entregas rápidas, um dropshipping baseado em fornecedores internacionais perde competitividade. É comum as operações estourarem de reclamações no Reclame Aqui e ficarem com a marca queimada no mercado.

4. Problemas com qualidade e atendimento ao cliente

Empreendedores que trabalham com dropshipping dependem da qualidade do fornecedor. Produtos defeituosos ou diferentes das fotos podem gerar reclamações e prejudicar a reputação da loja. Lidar com as devoluções e logística reversa pode se tornar um grande passivo oculto.

Estratégias para tornar o dropshipping viável

1. Fornecedores nacionais: buscar dropshipping com fornecedores brasileiros reduz os problemas com tributação e tempo de entrega.

2. Precificação inteligente: ajustar margens considerando taxas e oscilações cambiais.

3. Foco em nichos rentáveis: produtos exclusivos e personalizados podem compensar os custos mais altos.

4. Marketing de valor: criar marcas sólidas em vez de depender de produtos genéricos.

Vale a pena trabalhar com dropshipping no Brasil em 2025?

A resposta depende da abordagem do empreendedor. O dropshipping tradicional, baseado em fornecedores chineses sem controle sobre taxas e prazos de entrega, tornou-se pouco viável. No entanto, ao adaptar o modelo para fornecedores nacionais ou trabalhar com produtos exclusivos, ainda pode ser uma estratégia interessante.

O mercado está mais competitivo e exigente, tornando essencial investir em experiência do cliente, branding e logística eficiente. Quem deseja iniciar no e-commerce em 2025 deve avaliar se consegue oferecer valor agregado antes de embarcar no dropshipping.

Se a ideia é apenas revender produtos baratos sem controle de qualidade ou prazo de entrega, provavelmente não vale a pena. Mas, com uma abordagem profissional, parcerias estratégicas e planejamento adequado, o dropshipping ainda pode ser um modelo lucrativo no Brasil.