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Do chatbot ao vendedor digital: a evolução do conversational marketing no Brasil

Por: Maurício Trezub

CEO na OmniChat

Com mais de 20 anos de experiência no varejo brasileiro como investidor, Mauricio Trezub é empresário e executivo de tecnologia e um dos maiores especialistas em chat-commerce do Brasil, fundador da OmniChat.

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Como o WhatsApp deixou de ser canal de suporte e se tornou uma máquina de vendas com ajuda da IA

Quando os chatbots começaram a ganhar espaço no Brasil, o discurso era promissor: reduzir custos de atendimento, automatizar processos e dar conta do volume crescente de interações com o cliente. Mas, para muitas marcas, a realidade se traduziu em fluxos travados, experiências frustrantes e uma grande lacuna entre o que o consumidor queria e o que o bot conseguia oferecer.

Pessoa segurando um recorte de papel com o ícone do WhatsApp, em frente a uma superfície de madeira.
Imagem: Envato.

Nos últimos anos, essa história começou a mudar. Com os avanços em inteligência artificial generativa e uma mudança no comportamento do consumidor, o que antes era apenas um canal de triagem virou, de fato, um canal de vendas conversacional. E o Brasil está na linha de frente dessa transformação.

A era dos fluxos prontos e das respostas engessadas

No início, os chatbots se apoiavam em menus rígidos e scripts pré-definidos. Eram bons para perguntas frequentes, mas ruins para interações mais complexas ou emocionalmente carregadas, como a frustração de uma entrega atrasada ou a dúvida sobre o tamanho de uma peça de roupa.

O consumidor percebeu rapidamente que estava conversando com um robô. E mais: que aquele robô não ia ajudá-lo a comprar melhor.

Hoje, o comportamento de compra envolve conversa, contexto e conveniência. A experiência ideal acontece em tempo real, com alguém (ou algo) que compreenda o que está sendo dito e ofereça respostas úteis, rápidas e personalizadas. E é aí que entram os vendedores digitais baseados em IA.

Com algumas tecnologias, marcas estão criando agentes autônomos especializados, com linguagem natural, domínio de catálogo, inteligência contextual e integração com o e-commerce. Eles recomendam produtos, simulam fretes, aplicam descontos e acompanham o cliente até o fechamento da compra.

Do SAC à conversão: o novo papel do atendimento

Mais do que responder dúvidas, o atendimento via chat agora é responsável por:

– Gerar receita com campanhas conversacionais segmentadas
– Recuperar carrinhos abandonados com abordagem personalizada
– Atuar como canal de relacionamento 1:1, reforçando branding e fidelização
Apoiar vendedores humanos, liberando tempo para atendimentos consultivos

Na prática, o chat commerce tornou-se uma nova frente de performance do varejo, e o Brasil se destaca como referência no conversational commerce.

Com penetração massiva do WhatsApp e consumidores digitais exigentes, o Brasil se tornou um dos países mais férteis para o crescimento do conversational marketing. Segundo dados da OmniChat, campanhas conversacionais com IA chegam a converter 10x mais do que o e-commerce tradicional em datas sazonais.

A evolução dos bots para vendedores digitais é a prova de que tecnologia, quando bem aplicada, pode gerar experiências mais humanas e resultados mais mensuráveis. O desafio agora está em escalar essa inteligência sem perder personalização e transformar cada conversa em uma oportunidade real de conversão.

Se você ainda vê o WhatsApp como canal de atendimento, talvez esteja perdendo a chance de torná-lo seu melhor canal de vendas.