Num cenário de crescimento acelerado para o e-commerce, é importante que as empresas redobrem a atenção com a questão da segurança online, o que envolve a adoção de estratégias adequadas para proteção de dados e meios de pagamento.
Para se ter ideia da relevância do assunto, veja este dado: 83% das organizações no Brasil pretendem elevar os gastos nesse setor, segundo o Global Digital Trust Insights Survey 2022, da consultoria da PwC.
Além do aumento no número de consumidores online, esse ambiente tem sido impactado por outros fatores, como a chegada de novos meios de pagamento (como o Pix) e a própria consolidação da LGPD, que exigiu mais cuidado com a proteção de dados dos clientes.
Cultura de dados: como ela impacta as questões de segurança?
É normal associarmos a cultura de dados com a performance da loja, mas ela também ajuda bastante na criação de ambientes mais seguros.
A ideia é que, quanto mais os dados são valorizados pela operação, mais atenção ela confira à proteção dessas informações.
Nesse sentido, além de se resguardar das eventuais penalidades da LGPD, adotar boas práticas nessa área minimiza o risco, por exemplo, de haver um vazamento ilícito de dados dos clientes.
Outro aspecto importante, também indicado na legislação, é a necessidade de esclarecer o consumidor sobre a coleta e a forma como as informações serão empregadas pela empresa.
A LGPD completou seu primeiro ano de aplicação efetiva no Brasil em agosto de 2022 e o balanço é positivo, principalmente entre as médias e grandes empresas.
Segundo dados divulgados pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), de janeiro de 2021 até 22 de julho de 2022, foram recebidos 319 comunicados de incidentes de segurança – 134 deles de janeiro a junho de 2022.
E foram recebidas, desde o ano passado, 754 denúncias de descumprimento à Lei Geral de Proteção de Dados e 420 reclamações de titulares de dados.
Se considerarmos o volume de transações nas plataformas digitais, não é um número muito alto. De qualquer forma, como têm defendido especialistas em segurança online, o principal é desenvolver a cultura de dados.
E, nesse caso, não estamos falando apenas das empresas, mas do próprio consumidor. As pesquisas indicam que o consumidor brasileiro ainda não adota todas as medidas necessárias para trafegar nas plataformas digitais com mais segurança.
A diversificação dos meios de pagamento no e-commerce
A preocupação com as medidas que devem ser adotadas na segurança online torna-se cada vez mais relevante diante da própria diversidade do mercado em termos de pagamento.
E ainda é preciso considerar o fato de que hoje as compras online acontecem, de forma predominante, nos aparelhos celulares.
A pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Pagamentos móveis e comércio móvel no Brasil, de setembro de 2022, nos ajuda a entender melhor as mudanças que têm ocorrido nessa área:
É importante o registro de que os brasileiros passaram a contar, em 2022, com um novo meio de pagamento: o Pix parcelado no cartão de crédito, opção oferecida por algumas fintechs e bancos digitais.
Essa alternativa é importante para o e-commerce, porque permite que o cliente faça o pagamento à vista para o lojista, mas em vez de ser descontado do saldo na sua conta, a cobrança é feita posteriormente em parcelas em seu cartão de crédito pela instituição financeira que oferece o serviço.
Refletindo sobre a melhora na experiência de compra do cliente, trata-se de uma forma de obter os benefícios oferecidos pelo lojista para o pagamento à vista. Segundo o estudo da Mobile Time, 30% dos brasileiros com smartphone já experimentaram o Pix parcelado no cartão de crédito.
Ainda em relação aos meios de pagamento, vale atentar para outra mudança relevante nesse cenário: metade dos brasileiros com smartphone fizeram pelo menos um pagamento por QR code com seu celular nos últimos 30 dias.
Chama a atenção, nesse caso, a rápida adesão do consumidor a essa modalidade: em apenas 12 meses, entre agosto de 2021 e agosto de 2022, subiu de 58% para 73% a proporção de brasileiros com smartphone que já experimentaram pagar por QR code.
Como garantir ambientes mais seguros no e-commerce?
Como vimos, a área de meio de pagamento tem passado por mudanças importantes e, para assegurar que os clientes tenham a melhor experiência de compra, é importante que as lojas adotem as modalidades que estão em alta.
Contudo, essa diversificação implica mais atenção com a proteção das informações dos clientes, uma vez que é fundamental que o cliente se sinta mais seguro nesse ambiente.
Especificamente no caso do e-commerce, a principal medida é ter uma política de segurança devidamente organizada.
Isso começa logo na contratação da plataforma de e-commerce. Muitas vezes, pensando apenas na economia, as empresas abrem mão de serviços mais qualificados, deixando de conferir pontos básicos, como as certificações da plataforma.
Ainda nessa linha, atuar com um sistema SaaS, que faz a hospedagem do serviço na nuvem, é outro ponto importante.
Nesse caso, assegure-se de que a empresa disponha de uma infraestrutura suportada por recursos de ponta, como clusters, storage de armazenamento de dados, firewall e IDS.
Vale lembrar também que esses modelos de plataformas têm outra vantagem: as atualizações são realizadas constantemente e, na maioria dos casos, de forma remota, o que evita falhas nos protocolos de segurança e na integridade das informações.
O último ponto em relação à contratação da plataforma de e-commerce é atentar para as soluções tecnológicas oferecidas para as integrações com sistemas de terceiros.
Num ambiente que passa por mudanças tão importantes, nada melhor do que contar com serviços especializados para ter os melhores meios de pagamentos e sistemas antifraude.
Contudo, é a partir dos acordos prévios entre a plataforma e as empresas que o e-commerce terá como agilizar os processos de homologação das ferramentas.
Como ficou claro neste artigo, proteção de dados e meios de pagamento são frentes fundamentais para o sucesso de qualquer negócio online e, por isso, é preciso ter uma visão estratégica sobre o assunto.