Das diversas analogias que circulam o imaginário de quem acompanha o mercado de tecnologia, acredito que nenhuma faça tanto sentido como a máxima de que “os dados são o novo petróleo”. De fato, os registros e insights promovidos por sensores, IPs e afins são extremamente relevantes para girar a roda da economia global. Entretanto, assim como o “ouro negro”, aprendemos que estocar dados sem refinamento não é o suficiente para extrair o valor real que esperamos. É preciso ir além.
Por isso mesmo, especialistas afirmam que estamos deixando a era dos dados rumo à uma época que apreciará e buscará o diferencial do conhecimento. Isso fica claro quando pensamos que arquivos em excesso são muito menos rentáveis do que uma grande ideia extraída de uma análise das informações.
É nesse cenário que as ferramentas de Analytics e recursos baseados em Inteligência Artificial, deverão se consolidar como os principais facilitadores das empresas no futuro — um futuro que já está muito mais próximo, inclusive, do que muitas companhias ainda costumam imaginar. Independentemente do ramo e do tamanho das operações, a análise dos dados será, sem dúvidas, o fio condutor que nos permitirá impulsionar ou ajustar as estratégias ou, em último grau, satisfazer os clientes com as soluções que eles estão realmente buscando.
Não por acaso, especialistas do mundo inteiro já indicam o Analytics como um elemento imprescindível para a atuação das empresas, sobretudo após o desencadeamento da pandemia de Covid-19. Análises do Gartner, por exemplo, destacam que a análise de dados deve ser encarada cada vez mais como uma função central das organizações, em vez de ser vista apenas como um diferencial competitivo (sejam elas para analisar os registros de Data Lake, com as expressivas quantias de Big Data, ou em verificações pormenorizadas, de Small Data, por exemplo).
Em uma de suas mais recentes pesquisas, a empresa indicou que, até 2023, a gestão de conteúdo (Data Management) será a grande prioridade para cerca de 30% dos líderes executivos das maiores empresas globais. Isso inclui, no caso, a análise de informações geradas ou coletadas a partir da interação com clientes — para as vendas — e a gestão de registros obtidos internamente, com foco na melhoria de processos e reorganização de produções, entre outros.
Cada vez mais viajaremos entre as avaliações do chamado People Analytics — com as avaliações de audiência —, até os dashboards específicos para o monitoramento assertivo e contínuo de infraestruturas e aplicações de Internet das Coisas (IoT). A viagem será para destinos diferentes, mas sempre utilizando a análise de dados como fator primordial.
Isso demonstra qual é a expectativa acerca da Análise de Dados dentro das grandes companhias. Os recursos de Analytics serão vitais para aprimorarem iniciativas já existentes ou para darem forma e vazão às inovações que permitirão, verdadeiramente, a entrega de experiências mais fluídas e completas às pessoas.
Do mesmo modo, essa análise será essencial, também, para a otimização da rotina corporativa, identificando novas formas de produção, melhores processos, padrões de produção mais sustentáveis e caminhos mais inteligentes para equacionar as demandas relativas a gestão de ativos, estoques e logística, entre outros.
O fato é que estamos iniciando uma era cujo diferencial será, mais do que nunca, enxergar o conhecimento por trás dos registros e dados, principalmente os não-estruturados. Somente assim as organizações terão insights e insumos para impulsionar seus negócios, aumentando a receita da empresa e a melhor experiência do cliente (CX, de Consumer Experience).
Vale salientar, porém, que a adoção de ferramentas e estratégias de análise de dados não será mais uma vantagem comercial. Ao contrário. Em um mundo cada vez mais digital e orientado à personalização das ações, investir em caminhos inteligentes para coletar, identificar, extrair e analisar os registros tem tudo para ser uma medida imprescindível para a sobrevivência dos negócios.
Pesquisas indicam que, até 2025, cerca de 30% das empresas globais já terão implementado métricas de “voz social”. Ou seja, antevendo-se à necessidade de alinhamento com temas como privacidade, igualdade e respeito aos clientes. Para tanto, irão monitorar o que é dito na Internet e qual é a percepção das pessoas em relação aos serviços entregues. Em outras palavras, a dinâmica de transformação da sociedade exigirá que as companhias escutem o que está sendo falado (não apenas sobre ela, mas sobre o todo). Analisar essas falas precisará ser levado a sério, também como um fator de negócios.
O conhecimento não é apenas ler mais livros ou coletar registros. Inteligência também não. Por isso mesmo, é hora de começar a entender como correlacionar e usar o tesouro fornecido pelos dados. Como uma fonte de riqueza, tal qual um campo de extração de petróleo, os bancos de dados devem ser protegidos e avaliados de forma minuciosa. Não há tempo a perder. Ainda mais porque, vale sempre lembrar, que é o cliente, hoje, quem decide onde e com quem ele quer compartilhar as informações.