A Black Friday deixou de ser apenas uma data promocional.
Hoje, ela é o maior campo de batalha do e-commerce, onde cada detalhe – da experiência no site à régua de CRM – pode definir o sucesso ou o fracasso de uma operação.

Com o mercado mais competitivo e o consumidor mais exigente, as empresas que prosperam na Black não são as que dão o maior desconto, e sim as que planejam com método e constroem relacionamento antes, durante e depois da venda.
Em 2025, a regra é simples:
“A Black é o campo de batalha.
Mas a guerra da preferência é vencida nos bastidores.”
1. A nova Black Friday: comportamento, contexto e tendência
O consumidor de 2025 não é o mesmo de cinco anos atrás.
Ele pesquisa, compara, lê avaliações e decide com base em confiança, conveniência e valor percebido.
Estudos recentes do Google mostram que:
– 80% dos consumidores brasileiros pesquisam o produto pelo menos três vezes antes de comprar.
– 60% valorizam mais frete rápido e garantias do que o desconto em si.
– 45% já realizam compras nas duas primeiras semanas de novembro.
A Black Friday deixou de ser um evento de 24 horas. Hoje, ela é um ciclo de quatro semanas, que começa com o aquecimento da base em outubro e termina com o pós-venda em dezembro.
E essa é a primeira lição que o varejo precisa aprender:
“Em novembro, o cliente compra.
Mas em outubro, ele decide de quem.”
2. O mês que define tudo: o comportamento 4S do consumidor
O comportamento de compra atual pode ser resumido em 4S – Search, Select, Shop, Share.
1️⃣ Search (Pesquisa): o cliente começa buscando soluções, comparando marcas e analisando provas sociais.
2️⃣ Select (Escolha): ele avalia quem entrega mais confiança e valor, não apenas preço.
3️⃣ Shop (Compra): ele decide baseado na experiência: clareza, checkout fluido e garantias.
4️⃣ Share (Compartilhamento): após a compra, ele compartilha sua experiência (positiva ou negativa).
O desafio das marcas é acompanhar o cliente em cada S da jornada.
Quem só aparece no terceiro estágio, quando o cliente já decidiu, entra tarde demais.
3. A curva de vendas de novembro: entender o comportamento para prever resultados
A previsão de comportamento do consumidor segue uma curva clara e previsível:
| Semana | Período | Faturamento estimado | Comportamento |
| 1ª | 1-7/11 | 35% | Pico antecipado – salário, campanhas de aquecimento e “esquenta Black”. |
| 2ª | 8-14/11 | 20% | Estabilidade – consumidor pesquisa e compara preços. |
| 3ª | 15-21/11 | 15% | Queda natural – público em modo de espera, custo de mídia alto. |
| 4ª | 22-30/11 | 30% | Explosão – foco total em conversão, urgência e pós-Black. |
A curva mostra que a Black não é um dia, é um comportamento.
Quem prepara o público antes domina a primeira semana, e quem cuida do pós-venda mantém o faturamento no mês seguinte.
4. CRM: o motor da Black Friday previsível
Se a mídia é o megafone, o CRM é o relacionamento real com o cliente.
Durante a Black, o CRM tem quatro funções fundamentais:
1️⃣ Educar e aquecer: enviar e-mails e mensagens de valor antes da venda.
2️⃣ Ativar e engajar: despertar curiosidade e expectativa.
3️⃣ Converter: disparos segmentados e campanhas com contagem regressiva.
4️⃣ Fidelizar: agradecer, recompensar e criar recompra.
A principal diferença entre quem cresce e quem apenas fatura na Black está aqui:
“Quem dispara na Black fala com o cliente uma vez.
Quem educa antes conversa o mês inteiro.”
Um bom CRM usa dados para criar proximidade, não apenas automação.
As marcas vencedoras falam diferente com novos clientes, recorrentes, inativos e VIPs.
5. Mídia e performance: menos segmentação, mais consistência criativa
Meta Ads – Estrutura Rocket de alta performance
– Campanhas de público amplo (ADV): foco em escala e aprendizado, com cinco conjuntos criativos (DSB, ângulos, conceitos, full funnel e UGC).
– Campanha de remarketing: quatro conjuntos com diversificação criativa (unboxing, FAQ visual, UGC, bastidores, prova técnica).
Tudo otimizado por criativo e intenção, não por segmentação.
“O público certo é o criativo certo.”
Google Ads – Jornada de intenção
– Performance max por categoria: campanhas autônomas de alto volume e precisão.
– Demand gen: descoberta e remarketing visual, explorando atenção e desejo.
– Search institucional: proteção e captura de marca no momento da decisão.
“No Meta você cria desejo.
No Google você captura decisão.”
6. CRO e experiência: o detalhe que converte
O consumidor de 2025 quer segurança e clareza.
As principais objeções de compra ainda são:
– Falta de prova social.
– Dúvida sobre prazos e frete.
– Políticas confusas de troca e devolução.
– Checkout longo e pouco transparente.
Uma boa página de produto responde perguntas antes de o cliente fazer.
Usar prompts de IA para auditar PDPs é uma prática cada vez mais comum.
Exemplo de prompt:
“Você é um cliente desconfiado em comprar online.
Acesse esta página e me diga o que impediria você de finalizar a compra.”
Essa simples simulação revela os gargalos reais de conversão.
7. O papel dos e-mails em novembro
O e-mail é o canal mais previsível e rentável da Black Friday.
Um cronograma bem planejado distribui os disparos em quatro fases:
| Fase | Tipo de conteúdo | Objetivo |
| Aquecimento (1ª semana) | Guias, dicas, top produtos, diferenciais. | Gerar valor e expectativa. |
| Prova social (2ª semana) | Avaliações, best-sellers, histórias reais. | Reforçar autoridade e confiança. |
| Ofertas (3ª semana) | Contagem regressiva e cupons limitados. | Criar urgência e escassez. |
| Retenção (4ª semana) | Pós-compra, agradecimento, cashback. | Transformar venda em relacionamento. |
“Quem educa antes da Black, não precisa explicar na oferta.”
8. Ações criativas: quando a experiência vende mais que o preço
As campanhas mais memoráveis de 2025 terão emoção, exclusividade e storytelling.
Algumas ideias:
– Loja secreta: página oculta com acesso via link VIP.
– Black box: caixas misteriosas com valor surpresa.
– Cashback turbinado: recompra garantida para dezembro.
– Roda da sorte: gamificação para engajar audiência.
– LiveShop: vendas ao vivo com storytelling e interação real.
“Na Black, criatividade é performance disfarçada.”
9. Pós-Black: o jogo da retenção
O erro mais comum é achar que a Black acaba na sexta.
Na verdade, o pós-Black é onde começa o crescimento sustentável.
Ações essenciais:
– E-mail de agradecimento + cupom de recompra.
– Campanhas de reativação 7, 15 e 30 dias após a compra.
– Programas de fidelidade e clube VIP.
– Análise de NPS e feedbacks para aprimorar experiência.
O cliente da Black pode ser a base do seu crescimento em 2026.
Quem se prepara domina
A Black Friday é o espelho da maturidade do seu e-commerce. Não é sobre quem grita mais alto, e sim sobre quem se prepara melhor.
O planejamento, a base aquecida e a execução contínua são o que diferenciam operações que vendem de forma previsível das que apenas esperam um pico de sorte.
“A Black é o campo de batalha.
Mas a guerra da preferência é vencida nos bastidores.”
Apostar em estrutura, relacionamento e consistência é o que transforma novembro em crescimento, e não apenas em vendas.