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Black Friday 2025: o guia estratégico para vender mais, fidelizar clientes e crescer com previsibilidade

Por: Diego Santana

Especialista em Performance para E-Commerce

Diego Santana é Gestor de Performance, Especialista em Growth para E-Commerce, Professor/Palestrante, atua no comércio eletrônico desde 2006 e oferece soluções para Gestores e Lojistas melhorarem os resultados das vendas on-line. Em 2024, ajudou a realizar mais de R$1.4 Bilhões em vendas digitais.

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A Black Friday deixou de ser apenas uma data promocional.

Hoje, ela é o maior campo de batalha do e-commerce, onde cada detalhe – da experiência no site à régua de CRM – pode definir o sucesso ou o fracasso de uma operação.

Celular com a frase "Black Friday" ao lado de um presente preto com laço e um notebook sobre superfície cinza.
Imagem: Freepik.

Com o mercado mais competitivo e o consumidor mais exigente, as empresas que prosperam na Black não são as que dão o maior desconto, e sim as que planejam com método e constroem relacionamento antes, durante e depois da venda.

Em 2025, a regra é simples:

“A Black é o campo de batalha.
Mas a guerra da preferência é vencida nos bastidores.”

1. A nova Black Friday: comportamento, contexto e tendência

O consumidor de 2025 não é o mesmo de cinco anos atrás.

Ele pesquisa, compara, lê avaliações e decide com base em confiança, conveniência e valor percebido.

Estudos recentes do Google mostram que:

– 80% dos consumidores brasileiros pesquisam o produto pelo menos três vezes antes de comprar.

    – 60% valorizam mais frete rápido e garantias do que o desconto em si.

    – 45% já realizam compras nas duas primeiras semanas de novembro.

    A Black Friday deixou de ser um evento de 24 horas. Hoje, ela é um ciclo de quatro semanas, que começa com o aquecimento da base em outubro e termina com o pós-venda em dezembro.

    E essa é a primeira lição que o varejo precisa aprender:

    “Em novembro, o cliente compra.
    Mas em outubro, ele decide de quem.”

    2. O mês que define tudo: o comportamento 4S do consumidor

    O comportamento de compra atual pode ser resumido em 4S – Search, Select, Shop, Share.

    1️⃣ Search (Pesquisa): o cliente começa buscando soluções, comparando marcas e analisando provas sociais.
    2️⃣ Select (Escolha): ele avalia quem entrega mais confiança e valor, não apenas preço.
    3️⃣ Shop (Compra): ele decide baseado na experiência: clareza, checkout fluido e garantias.
    4️⃣ Share (Compartilhamento): após a compra, ele compartilha sua experiência (positiva ou negativa).
    O desafio das marcas é acompanhar o cliente em cada S da jornada.

    Quem só aparece no terceiro estágio, quando o cliente já decidiu, entra tarde demais.

    3. A curva de vendas de novembro: entender o comportamento para prever resultados

    A previsão de comportamento do consumidor segue uma curva clara e previsível:

    Semana Período Faturamento estimado Comportamento
    1-7/11 35% Pico antecipado – salário, campanhas de aquecimento e “esquenta Black”.
    8-14/11 20% Estabilidade – consumidor pesquisa e compara preços.
    15-21/11 15% Queda natural – público em modo de espera, custo de mídia alto.
    22-30/11 30% Explosão – foco total em conversão, urgência e pós-Black.

    A curva mostra que a Black não é um dia, é um comportamento.

    Quem prepara o público antes domina a primeira semana, e quem cuida do pós-venda mantém o faturamento no mês seguinte.

      4. CRM: o motor da Black Friday previsível

      Se a mídia é o megafone, o CRM é o relacionamento real com o cliente.

      Durante a Black, o CRM tem quatro funções fundamentais:

      1️⃣ Educar e aquecer: enviar e-mails e mensagens de valor antes da venda.
      2️⃣ Ativar e engajar: despertar curiosidade e expectativa.
      3️⃣ Converter: disparos segmentados e campanhas com contagem regressiva.
      4️⃣ Fidelizar: agradecer, recompensar e criar recompra.

      A principal diferença entre quem cresce e quem apenas fatura na Black está aqui:

      “Quem dispara na Black fala com o cliente uma vez.
      Quem educa antes conversa o mês inteiro.”

      Um bom CRM usa dados para criar proximidade, não apenas automação.

      As marcas vencedoras falam diferente com novos clientes, recorrentes, inativos e VIPs.

      5. Mídia e performance: menos segmentação, mais consistência criativa

      Meta Ads – Estrutura Rocket de alta performance

      – Campanhas de público amplo (ADV): foco em escala e aprendizado, com cinco conjuntos criativos (DSB, ângulos, conceitos, full funnel e UGC).

        – Campanha de remarketing: quatro conjuntos com diversificação criativa (unboxing, FAQ visual, UGC, bastidores, prova técnica).

        Tudo otimizado por criativo e intenção, não por segmentação.

        “O público certo é o criativo certo.”

        Google Ads – Jornada de intenção

        Performance max por categoria: campanhas autônomas de alto volume e precisão.

        – Demand gen: descoberta e remarketing visual, explorando atenção e desejo.

        – Search institucional: proteção e captura de marca no momento da decisão.

        “No Meta você cria desejo.
        No Google você captura decisão.”

        6. CRO e experiência: o detalhe que converte

        O consumidor de 2025 quer segurança e clareza.

        As principais objeções de compra ainda são:

        – Falta de prova social.

          – Dúvida sobre prazos e frete.

          – Políticas confusas de troca e devolução.

          – Checkout longo e pouco transparente.

          Uma boa página de produto responde perguntas antes de o cliente fazer.

          Usar prompts de IA para auditar PDPs é uma prática cada vez mais comum.

          Exemplo de prompt:

          “Você é um cliente desconfiado em comprar online.
          Acesse esta página e me diga o que impediria você de finalizar a compra.”

          Essa simples simulação revela os gargalos reais de conversão.

          7. O papel dos e-mails em novembro

          O e-mail é o canal mais previsível e rentável da Black Friday.

          Um cronograma bem planejado distribui os disparos em quatro fases:

          Fase Tipo de conteúdo Objetivo
          Aquecimento (1ª semana) Guias, dicas, top produtos, diferenciais. Gerar valor e expectativa.
          Prova social (2ª semana) Avaliações, best-sellers, histórias reais. Reforçar autoridade e confiança.
          Ofertas (3ª semana) Contagem regressiva e cupons limitados. Criar urgência e escassez.
          Retenção (4ª semana) Pós-compra, agradecimento, cashback. Transformar venda em relacionamento.

            “Quem educa antes da Black, não precisa explicar na oferta.”

            8. Ações criativas: quando a experiência vende mais que o preço

            As campanhas mais memoráveis de 2025 terão emoção, exclusividade e storytelling.

            Algumas ideias:

            – Loja secreta: página oculta com acesso via link VIP.

              – Black box: caixas misteriosas com valor surpresa.

              – Cashback turbinado: recompra garantida para dezembro.

              – Roda da sorte: gamificação para engajar audiência.

              – LiveShop: vendas ao vivo com storytelling e interação real.

              “Na Black, criatividade é performance disfarçada.”

              9. Pós-Black: o jogo da retenção

              O erro mais comum é achar que a Black acaba na sexta.

              Na verdade, o pós-Black é onde começa o crescimento sustentável.

              Ações essenciais:

              – E-mail de agradecimento + cupom de recompra.

                – Campanhas de reativação 7, 15 e 30 dias após a compra.

                – Programas de fidelidade e clube VIP.

                – Análise de NPS e feedbacks para aprimorar experiência.

                O cliente da Black pode ser a base do seu crescimento em 2026.

                Quem se prepara domina

                A Black Friday é o espelho da maturidade do seu e-commerce. Não é sobre quem grita mais alto, e sim sobre quem se prepara melhor.

                O planejamento, a base aquecida e a execução contínua são o que diferenciam operações que vendem de forma previsível das que apenas esperam um pico de sorte.

                “A Black é o campo de batalha.
                Mas a guerra da preferência é vencida nos bastidores.”

                Apostar em estrutura, relacionamento e consistência é o que transforma novembro em crescimento, e não apenas em vendas.