A Black Friday deixou de ser apenas um dia de descontos para se transformar numa temporada estratégica, e 2025 virá como uma prova definitiva disso. Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) para a data aponta um salto relevante no faturamento digital, com expectativa de até R$ 13 bilhões no online. Mas esse número por si só não garante o sucesso. O que vai determinar quem converte e quem perde verba é a capacidade das marcas em alinhar três elementos essenciais: dados, inteligência artificial e confiança.

A inteligência artificial passou do palco experimental para o núcleo operacional das campanhas. Na prática, ela atua em três frentes decisivas: a personalização em escala, otimização criativa e resiliência operacional.
No primeiro caso, modelos que cruzam comportamento, histórico e sinais de intenção permitem ofertas individualizadas (em tempo real), elevando taxa de conversão. No segundo, a análise automatizada de criativos identifica variações de texto, imagem e formato que performam melhor por público, reduzindo tempo de teste e gasto com versões que não convertem.
Para finalizar, a terceira análise revela que a previsão de demanda, o roteamento de atendimento via agentes conversacionais e a detecção de fraudes mantêm experiência e margens sob controle durante os picos. Essas aplicações transformam a IA em um fator diferenciador. Quem souber operacionalizar modelos de decisão em tempo real aparecerá para o público certo, com a mensagem certa. E no momento decisivo.
Táticas práticas para ganhar a Black Friday 2025
Comece pela qualidade dos dados (antes da mídia)
Limpeza, unificação e governança dos dados são pré-requisitos. Segmentos criados com dados inconsistentes geram personalização pobre e desperdício de verba. Por isso, é necessário mapear jornadas, identificar sazonalidade e criar sinais de intenção. Visitas recorrentes e abandono por faixa de preço permitem à IA trabalhar com contexto real.
Faça um teste criativo com intenção
Passe do “qual criativo gera mais clique” para “qual criativo gera mais margem por conversão”. Use testes rápidos controlados com métricas de qualidade de audiência, devolução, ticket médio e alimente modelos que priorizem criativos que gerem compras saudáveis, não apenas cliques. Nossa experiência aponta que a combinação de automação criativa mais métricas de retenção reduz na alta temporada.
Medindo resultado além do faturamento
Faturamento é importante, mas não é a única métrica. Em 2025, recomendamos acompanhar conjunto de KPIs que incluam: margem por canal, taxa de recompra em 30/60 dias, satisfação pós-compra e custo por compra qualificada. Esses indicadores mostram se a Black Friday gerou crescimento real e sustentável ou apenas receita de curto prazo.
A Black Friday de 2025 oferece oportunidade histórica de captura de demanda. A projeção de mercado é ambiciosa. No entanto, a recompensa será mais generosa para quem combina criatividade humana, inteligência artificial e uma estratégia de confiança transparente. Marcas que tratarem IA como infraestrutura (e não como truque) e alinharem tecnologia com princípios operacionais e éticos sairão na frente.