Conhecidos por alguns especialistas como “âncoras do comércio eletrônico”, os marketplaces estão em franco crescimento no Brasil. Os chamados shoppings virtuais, que reúnem diversos estabelecimentos em um único portal, já são tendência em outros países e, agora, começam a consolidar-se por aqui frente a um e-commerce cada vez mais forte.
Enquanto lojas de e-commerce tradicionais veem os gastos aumentando à medida em que cresce o número de consumidores (custos relativos ao frete, marketing, fornecedores, tecnologia e mão de obra, por exemplo), os marketplaces apresentam custos bem menores. Isso acontece porque eles funcionam como “meio de campo” das vendas e oferecem apenas a infraestrutura do site. Para lucrar, cobram uma comissão que costuma variar entre 5% e 20% de cada lojista/vendedor.
Esse modelo de negócio é uma alternativa para gestores de lojas online reduzirem custos – principalmente pequenos comerciantes. Afinal, esses empreendimentos ficam alojados sob uma marca âncora que, por sua vez, atrai consumidores em busca de promoções e ofertas. No entanto, abrir e gerenciar um marketplace impõe alguns desafios. O primeiro deles é oferecer atrativos aos vendedores.
Nesse cenário, a tecnologia é um componente importante do negócio. É necessário dispor de uma estrutura estável e com elevado grau de usabilidade (interface amigável), para que vendedores tenham facilidade em cadastrar a sua loja, os seus produtos, as tabelas com todas as condições de fretes e integrar os sistemas quando necessário.
Os empreendedores de marketplaces menores têm como grande desafio se diferenciar de seus maiores concorrentes (grandes varejistas). Alguns desses modelos têm apostado na especialização e venda de nicho.
Da mesma forma que nos grandes, cadastrar produtos e tabelas para oferecer o cálculo de frete (preços e prazos) de todos os lojistas de forma precisa e instantânea, continua sendo um processo desafiador. Para os marketplaces que não atuam diretamente na logística (entrega dos produtos) ter a tecnologia adequada para informar tudo corretamente é imprescindível.
Para auxiliar na melhoria da gestão do frete em marketplaces, iremos fazer uma sequência de artigos com informações destinadas aos gestores dispostos a investir em tecnologia para aprimorar a logística do seu negócio e realizar esse processo de maneira estratégica, precisa e lucrativa.
O primeiro passo para iniciar o gerenciamento da entrega dos produtos vendidos pelas lojas de seu marketplace é solicitar que cada novo lojista/vendedor envie as tabelas de frete (preços, prazos e praças) de cada transportadora com as quais possuam parceria.
Somente a partir desse momento é que será possível cadastrar essas tabelas e colocar no ar uma loja em seu marketplace. Sem as tabelas de frete, você não consegue apresentar as condições de envio de cada produto vendido – preço, prazo e empresa encarregada pelo transporte.
Importante – Um erro bastante comum em marketplaces é tentar iniciar os trabalhos somente com a tabela ou integração dos Correios. Percebemos que quanto mais tempo o marketplace leva para perceber que o transporte com transportadoras é imprescindível para o crescimento do negócio, mais complexa está a sua operação e maior será o investimento e dificuldade de implementar uma solução eficaz.
Assim que uma loja decide trabalhar com determinada transportadora, essa empresa irá enviar as suas tabelas de frete. Nesse documento, ficam registradas todas as condições – ou generalidades estabelecidas pela transportadora, como fator de cubagem, valores para capitais e cidades do interior, custos com pedágios, necessidade de cobrança de seguro pela mercadoria etc. No entanto, cada transportadora possui o seu modelo em específico e, consequentemente, as suas variáveis.
O processo começa a ficar complexo exatamente pela ausência de padrão das tabelas. Imagine a dor de cabeça ao receber milhares de documentos (doc, pdf, xls, etc), com diferentes informações, generalidades, formatações etc. É nesse ponto que uma plataforma de gestão de fretes entra para facilitar a operação.
Quando se dispõe de uma empresa especialista que automatiza o cálculo do frete, o gestor do marketplace não precisa se preocupar em padronizar cada tabela ou pedir para que os lojistas, às vezes com pouca ou nenhuma experiência, o façam.
O sistema comporta qualquer formato de tabela de frete de qualquer transportadora do mercado, basta o gestor encaminhar – pelo próprio sistema – à plataforma de gestão.
É importante os gestores de marketplace entenderem que cada loja possui uma negociação diferente com transportadoras e Correios. Essa negociação muda de acordo com o perfil do produto, local do estoque, quantidade de entregas, etc.
Dessa forma, oferecer apenas um padrão de preços de fretes faz com que seus lojistas/vendedores não mantenham as mesmas condições de fretes que possuem em suas próprias lojas – o que não dá liberdade para oferta de tabelas mais bem negociadas e vantajosas.
Portanto, a situação ideal é aquela em que o marketplace oferece exatamente as mesmas condições de fretes que seus lojistas possuem em suas próprias lojas.
No próximo artigo iremos explicar a importância da interpretação e implementação das tabelas de frete de forma precisa e personalizada, o meio pelo qual as lojas presentes em um marketplace podem atuar com suas próprias regras de negócio.