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Afinal, experiência do cliente é marketing?

Por: Santiago Edo

Co-fundador e CEO da Harmo

Formado em Administração e pós-graduado em Marketing, iniciou sua jornada empreendedora em 2016. É co-fundador e CEO da Harmo, empresa de tecnologia líder em gestão de Google Perfil de Empresas no Brasil, com clientes como Ipiranga, Cacau Show e Outback. Hoje, também é Diretor do Programa ACATE Startups e mentor no MIDITEC.

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Se o cliente não volta, de que adiantou o clique? Se ele fala mal, de que adiantou o anúncio? Por mais óbvio que pareça, ainda tem muita empresa que trata marketing como sinônimo de mídia paga, campanhas e ações de curto prazo e esquece que, no fim, quem decide a conversão é a experiência que o cliente vive.

Homem olhando o celular com ícones coloridos e feedback sobrepostos.
Imagem: Freepik.

O marketing começa antes da compra… mas ele continua (e se fortalece) depois dela. A diferença é que, nesse segundo ato, o orçamento não sai do seu bolso – sai da boca do seu cliente.

Experiência: o marketing que não precisa se explicar

O consumidor de hoje confia mais na opinião de outros consumidores do que no que a própria marca. Segundo a pesquisa Decisão Local 2025, 96% das pessoas leem avaliações antes de visitar uma loja, nove em cada dez evitam empresas com nota abaixo de 4 no Google, e mais de um quarto só considera avaliações recentes.

Ou seja: cada atendimento ruim vira um anúncio negativo e cada experiência positiva vira mídia espontânea.

Case Panvel SP: quando reputação vira venda

Nos últimos meses, analisamos a performance de 13 lojas da Panvel em São Paulo e o que encontramos é a prova viva de que a experiência do cliente é marketing e venda.

Em relação à quantidade de avaliações, houve um aumento de 145% no trimestre. As avaliações positivas também aumentaram significativamente, em mais de 193%, subindo de 75% para 90% do total de avaliações recebidas. A nota média das lojas aumentou de 4,1 para 4,6 (de 3,1 para 4,6 YoY) e as avaliações negativas caíram de 19% para 10% do total de avaliações recebidas.

E tudo isso mantendo 100% de taxa de resposta. A mensagem é clara: a empresa ouviu, agiu e mostrou que valoriza cada cliente.

Com mais gente descobrindo as lojas, inclusive por termos indiretos (“farmacia” e “farmácia”), a marca expandiu presença além do público que já a conhecia. As pesquisas no Google aumentaram 11,4% e as visualizações de perfil cresceram 12,9% .

Além disso, constatou-se um aumento de mais de 30% nas ações à partir dos perfis das lojas no Google: +12% em pedidos de rota, +45% em acessos ao site e +53% em ligações. Com isso, a taxa de conversão de ações sobre visualizações passou de 3,1% para 3,5%! Ou seja, houve um aumento real na atração de clientes à partir dos perfis no Google em direção à compra — seja na loja física, seja no digital.

Com a reputação em crescimento e com mais consumidores paulistas escolhendo a Panvel, o número de tickets vendidos nas 13 lojas cresceu 17% no semestre. Para efeito de comparação, a própria Panvel divulgou que suas vendas físicas gerais cresceram 11,8% no 1º tri de 2025. Em SP, as lojas analisadas superaram esse índice.

Por que isso importa para o marketing?

Esse case deixa claro que investir na experiência do cliente não é só “coisa de atendimento”, é uma estratégia de aquisição e retenção. A reputação conquistada vira argumento de venda, o cliente satisfeito vira mídia espontânea e a confiança gerada se traduz em fluxo, conversão e faturamento.

Sim, experiência do cliente é marketing. É o marketing mais eficiente e, muitas vezes, o mais barato, porque transforma cada cliente em promotor da marca. A Panvel não aumentou a mídia. Ela aumentou a confiança e colheu a conversão.

Enquanto muita empresa gasta para atrair, mas perde na hora de entregar, quem aposta na experiência transforma cada interação num investimento de retorno contínuo. O resultado? Clientes que voltam indicam e compram mais.