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A importância das redes de negócios

Por: Daniela Ferreira Carregosa

Especialista de Customer Experience na SAP

Especialista de marketing com dez anos de vivência em varejo, com experiência na construção do planejamento de marcas e estratégias de mídias, participando de grandes transformações organizacionais. Realizou transição de carreira em 2020 e passou a integrar o time de pré-vendas da SAP, no qual aplica conceitos relacionados à jornada do cliente, ajudando as empresas a proporcionarem experiências excepcionais de ponta a ponta.

Os avanços tecnológicos têm gerado um fator extra de competição para as empresas que buscam se manter e crescer no mercado de diversos segmentos. Esses desafios incluem desde o enfrentamento de uma economia instável à necessidade de criar operações centradas no cliente, sem deixar de lado requisitos de sustentabilidade e atendimento de qualidade.

Prosperar e crescer nesse ambiente vai depender da inovação e da capacidade de criar soluções para novos problemas e, mais do que isso: a criação das chamadas redes de negócios ou redes empresariais, formadas com o objetivo de apoiar o crescimento e o desenvolvimento de seus participantes. A própria IDC, em alguns de seus estudos, vem detalhando o papel crescente dessas redes no impulsionamento da inovação.

Essas redes darão às empresas participantes a capacidade de se adaptar às mudanças e novas condições do mercado, tornando-as resilientes e impulsionando seu crescimento.

O vice-presidente de pesquisa da IDC, Jeff Hojlo, explica que diversos setores vêm trabalhando atualmente em um ecossistema único, no qual a colaboração horizontal se torna fundamental para o sucesso de seus componentes. Além disso, à medida que a tecnologia se torna cada vez mais integrada, essas empresas precisam colaborar estreitamente umas com as outras para atender às crescentes necessidades de seus clientes.

Falando do setor de tecnologia, por exemplo, ele lembra que os fabricantes de chips precisam trabalhar em conjunto com os fabricantes de automóveis à medida que os veículos vão se tornando mais autônomos, especialmente os elétricos. Na mesma medida, os fabricantes de dispositivos eletrônicos devem trabalhar junto com os fabricantes de dispositivos médicos para garantir a saúde e a segurança de seus pacientes.

É natural que essas redes evoluam e que essa colaboração resulte na formação de joint-ventures e parcerias entre diferentes ecossistemas, alavancando a coinovação. Uma pesquisa da IDC, realizada com mais de 1,2 mil empresas do setor de tecnologia, constatou que 40% delas consideram as redes de negócios essenciais para o crescimento de seu ecossistema. O estudo também descobriu que essas redes são ainda mais eficazes quando são flexíveis, dando suporte a processos de compras, fornecimento, serviços e outros.

O crescimento das nuvens empresariais

É nesse contexto que temos visto o surgimento das chamadas nuvens empresariais. São plataformas que fornecem acesso a dados, aplicativos e conhecimentos que muitas das organizações participantes não têm. É ali que essas empresas compartilham insights, otimizam operações e descobrem como trabalhar mais próximas de seus clientes. Alguns exemplos já em operação incluem:

Consórcio Catena X – um ecossistema digital aberto para a indústria automotiva onde as empresas podem compartilhar dados e serviços. Entre seus fundadores, estão empresas como BMW, Deutsche Telekom e SAP, e entre as participantes, Mercedes Benz e Henkel.
Xometry – é um mercado de peças industriais sob demanda que oferece uma gama de serviços, desde a prototipagem até a fabricação, por meio de uma rede de mais de dez mil fornecedores.
NEXT Cloud – criada pela Panasonic para fornecer recursos e serviços de aviônica de última geração.

Muitas dessas redes foram criadas para atender, com agilidade, à tendência de “tudo como serviço”, incluindo também serviços e produtos complexos, como os de tecnologia. A partir do momento que se oferecem serviços de assinatura aos seus participantes, o modelo dá a eles a possibilidade de construir relacionamentos mais profundos com clientes e consumidores, já que permite um envolvimento mais próximo, desde a detecção da procura até a entrega de produtos e o fornecimento de serviços.

Outro fator que estimula essa aproximação é a possibilidade de as empresas adotarem abordagens mistas, tanto físicas quanto digitais. No geral, isso melhora a experiência do cliente e garante interações contínuas ao longo de todo o ciclo de vida, independentemente do canal escolhido.

Foco na sustentabilidade

Outra demanda atendida pelas redes empresariais é o foco na sustentabilidade. O aumento das regulações – e da exigência dos consumidores – em relação a temas como preservação ambiental e governança social é um fato e, na mesma medida, as empresas veem a necessidade aumentar os esforços em relação ao tema, já que muitas vezes as questões são complexas demais para que sejam resolvidas individualmente.

Nesse sentido, os times de ESG de diferentes empresas e ecossistemas podem desenvolver e colocar em prática iniciativas sustentáveis, colaborando e inovando por meio dessas plataformas baseadas em nuvem e de seus aplicativos e dados compartilhados. Não por acaso, a IDC aponta que 60% das organizações do G2000 formarão equipes de ESG entre diferentes ecossistemas até 2025.

Por todas essas razões, o foco em ecossistemas industriais deve ajudar fornecedores e parceiros na adoção de modelos “tudo como serviço”, acelerando a inovação como um todo. É a criação desses ecossistemas com dados, operações e conhecimentos compartilhados que vai possibilitar a abordagem baseada em serviços, trazendo benefícios como:

– Qualidade de produtos e serviços;
– Operações flexíveis;
– Capacidade de responder rapidamente à demanda do cliente.

Essas redes darão às empresas participantes a capacidade de se adaptar às mudanças e novas condições do mercado, tornando-as resilientes e impulsionando seu crescimento.