Vou te contar o que aconteceu comigo, além do fato da tributação, contabilidade, fiscal, impostos, taxas, guias, e por aí vai… Haja matemática e eu imagino que você, como eu, também não deve ter gosto por esta matéria. Ao contrário, fugimos dela e é aí que mora o perigo.
Por mais que não gostemos, faz parte da rotina do empresário e é preciso entender e acompanhar mensalmente, pois isso pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso.
No final de 2012, eu que já vinha com três empresas no ‘simples’, tentando pagar menos impostos nas minhas vendas online, recebi uma proposta para fazer parte de um grupo que iria reunir os 10 e-commerces mais emergentes do Brasil. Aceitando a oferta, deveria tratar de unir o faturamento em uma única empresa nova e, assim, eu fiz. O que ocorreu na sequência é o que eu não esperava.
Pagamento de guias
Passados 90 dias da constituição da nova empresa e já faturando no regime de lucro presumido, me deparei com uma guia de recolhimento de imposto do simples em cima da mesa da gerente financeira da minha empresa.
Ao questioná-la, ela também surpreendentemente não sabia explicar. Em resumo, há 90 dias nós estamos recolhendo impostos para o regime tributário simples, sendo que estávamos no regime tributário presumido. Ou seja, o contador também não sabia do ocorrido.
E seu subordinado, funcionário ou estagiário, desqualificado para função, continuava a emitir as guias, calculando sobre as taxas do simples e assim encaminhando para minha empresa. E tudo isso passava pela minha gerente financeira e sua equipe, que da mesma forma, sem a mínima atenção, continuavam pagando as guias equivocadamente. Isso causou um enorme prejuízo, além de um transtorno inimaginável.
Meu contador não sabia o que fazer, muito menos calcular o tamanho da encrenca. Para tentar chegar em uma conclusão, contratei um escritório para levantar os impostos devidos atrasados retroativos, já que os 90 dias recolhidos de ‘simples’ estavam perdidos e nada valiam para justificar os impostos não recolhidos no regime
optado, que era de lucro presumido.
Passados cerca de 60 dias, esse escritório também não conseguiu chegar a um número exato ou real, pois além de ter que calcular todas as multas e juros, ainda tinha a questão da substituição tributária, pois vendíamos 35 mil
itens para todo o Brasil. E neste período a ST começou a ser aplicada por vários Estados e em várias categorias de produtos que atuávamos.
Em resumo, chegou-se a uma dívida de aproximadamente de 1,4 milhão e mais de 200 mil de ‘simples’ perdido, que se arrasta num processo administrativo sem expectativa alguma de recebimento.
Gestão do meu e-commerce
Ou seja, eu confiava no contador, na gerente financeira e sua equipe. Assim, imaginava estar bem assessorado. Isso só demonstra o quanto um empresário tem que conhecer da gestão de uma empresa e deve monitorar com lupa todos os departamentos, o que se torna um fardo difícil de carregar.
É claro que cada negócio tem sua particularidade, como tamanho e abrangência, se for venda de serviço e não produto. Agora, se seu negócio já nasceu bem planejado, tem investidor e funções bem divididas, parabéns.
Mas lembre-se, é seu CPF como dono ou sócio que irá responder por tudo que acontecer com seu CNPJ. Há um alerta a mais, cuidado ao envolver os familiares no contrato social de seus negócios, principalmente filhos.
Um abraço e conte comigo