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Vigilância da Amazon a funcionários pode limitar sindicalização, diz estudo

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

A Amazon utiliza uma ampla vigilância sobre seus funcionários para aumentar sua produtividade e potencialmente limitar os esforços de sindicalização nos Estados Unidos, de acordo um estudo publicado na segunda-feira (31) pelo Open Markets Institute (OMI).

O grupo de advocacy com sede em Washington, focado no poder antitruste e monopolista de empresas de tecnologia, disse que a Amazon usa ferramentas como software de navegação, scanners de itens, pulseiras, câmeras térmicas, câmeras de segurança e imagens para monitorar sua força de trabalho em depósitos e lojas.

O relatório afirma que a Amazon muda o local de trabalho de seus funcionários no que pode ser uma tentativa de limitar a organização sindical. Por exemplo, a empresa cria mapas de calor e usa dados como a opinião dos membros da equipe e um índice de diversidade para descobrir quais de suas lojas podem ter um risco maior de sindicalização, segundo o relatório.

A política da empresa pode ter um impacto na capacidade dos trabalhadores de defender melhores condições de trabalho e pressionar por uma ação coletiva, segundo o estudo.

Vigilância da Amazon aumentou na pandemia

Empresas em todos os setores usam dados sobre sua força de trabalho para aumentar a produtividade. As empresas aumentaram a vigilância durante a pandemia do coronavírus para rastrear funcionários e manter uma força de trabalho saudável, e também para monitorar o tempo que eles passam em serviço, conforme mais pessoas adotam o trabalho remoto.

A Amazon tem enfrentado um forte escrutínio sobre a maneira que trata seus funcionários. A empresa não respondeu a vários e-mails e ligações pedindo comentários depois que a Reuters compartilhou o estudo do OMI com a empresa.

Sally Hubbard, diretora de estratégia de fiscalização do OMI e ex-procuradora-geral assistente de Nova York, disse: “Nosso objetivo é mostrar como o tremendo desequilíbrio de poder entre empregadores e funcionários é agravado por um aumento alarmante na vigilância.”

O relatório diz que formas invasivas de vigilância do trabalhador devem ser proibidas e empregadores como a Amazon devem obter aprovação de agências estaduais e federais para medidas de monitoramento não invasivas que não prejudiquem os trabalhadores.

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As informações são da Reuters