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Varejo de alimentos: resultados positivos no 4º trimestre indicam melhoras no setor

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

O quarto trimestre de 2024 sinalizou um rompimento com ciclo de baixa do varejo de alimentos, demarcando um período mais positivo para o setor. Faltando apenas o Grupo Mateus, os números apresentados até então pelas companhias listadas em Bolsa, como o Assaí, Carrefour e GPA, tiveram pontos positivos que agradaram os analistas.

(Imagem: Freepik)

Em grande parte, a melhora já era esperada, pois 2023 foi considerado um ano de inflação baixa, com algumas categorias de alimentos demonstrando deflação. No entanto, uma alta dos preços começou a aparecer para alguns itens, mesmo que o ciclo da queda de juros tenha trazido impactos favoráveis.

Existem dois fatores nos cenários de preços parados ou em queda, que são negativos para companhias como Carrefour e Assaí – com maior foco no atacarejo. Quando a variação de preços está baixa, os consumidores e comerciantes tendem a se preocupar menos com a montagem do estoque, pois não há risco do aumento de preços. Isso impacta o faturamento dessas varejistas. Além disso, diante do cenário de deflação, essas empresas veem com frequência seus estoques perdendo valor de mercado, precisando vender os produtos por preços inferiores aos que pagaram.

Fora o cenário macroeconômico, existem também as melhorias operacionais que as companhias trouxeram. Todas passaram por mudanças ou expansões nos últimos anos. Como exemplo, o Assaí, que comprou os hipermercados Extra; O Carrefour adquiriu o Grupo BIG; e o GPA fez uma reestruturação do seu negócio.

Maturação das lojas

A maturação das novas lojas foi um dos pontos destacados pelos analistas, tanto em relação ao Assaí, quanto no do Carrefour. Os resultados das margens Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês/receita líquida) das duas empresas avançaram com as lojas transformadas ficando mais velhas, ganhando clientela e cortando promoções.

A reestruturação implementada no começo de 2022 pelo GPA também começou a dar bons sinais. Mesmo com o prejuízo consolidado, os analistas enfatizaram que no balanço deu para perceber os ajustes de sortimentos, redução de despesas e diminuição de ruptura com as margens vindo acima da média esperada. Além disso, os executivos das companhias também disseram que enxergam a continuidade das tendências positivas em 2024.

Em comum para as empresas, ficou um ponto de atenção: especialmente para o Assaí e o GPA, em relação à alavancagem financeira. Com o aumento das aquisições e investimento reestruturação, os endividamentos aumentaram. Mesmo com as dívidas diminuindo, é importante manter no radar.

Texto elaborado com informações do InfoMoney.


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