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Startup de beleza monta estúdio para mostrar loja ao vivo aos clientes

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

Com a impossibilidade de comparecer às lojas devido à pandemia de coronavírus, algumas empresas estão proporcionando outras formas de experimentação aos clientes. A startup de beleza Beautycounter instalou um estúdio para transmitir ao vivo as experiências na loja em Los Angeles, nos Estados Unidos, desde a navegação pelos corredores até demonstrações de maquiagem e eventos comunitários.

Os clientes que assistem de casa podem comentar e receber respostas ao vivo na tela. “Ele replica a conversa bidirecional que você poderia ter com a marca na loja”, disse Gregg Renfrew, fundadora e CEO, ao Fast Company. “Embora o cliente não possa realmente testar um produto na tela, ele pode conversar com um especialista sobre a cor que funciona melhor ou a aparência que está tentando criar”.

Imagem: Divulgação

Na última década, o varejo de material de construção está em declínio, à medida que os consumidores optam cada vez mais por comprar online, mas a pandemia acelerou essa mudança em cerca de cinco anos, de acordo com a IBM. As vendas de varejistas não essenciais, como lojas de departamentos, devem cair 60% este ano, enquanto isso, o e-commerce deve crescer quase 20%, especialmente em categorias como mantimentos.

Mas, em vez de presumir que o varejo físico está morto, Renfrew diz que faz sentido pensar de forma criativa sobre o papel que as lojas desempenham na vida dos consumidores, especialmente porque dados da McKinsey descobriram que a pandemia tornou os consumidores americanos muito menos leais, com 75% deles experimentar novas empresas e novas formas de fazer compras. Embora esses dados possam ser assustadores para as marcas, Renfrew vê uma oportunidade de conquistar novos clientes, oferecendo novas maneiras divertidas de fazer compras. É aí que entra o estúdio.

Vendas ‘ao vivo’

Do lado de fora da loja em Abbot Kinney, há uma grande placa que se acende quando uma gravação ao vivo está acontecendo, como um estúdio de rádio antigo. No interior, a frente da loja é uma loja tradicional, mas na parte de trás existe um palco equipado com iluminação profissional e equipamento de áudio.

Ao longo do dia, os funcionários da Beautycounter fazem uma transmissão ao vivo em uma plataforma chamada Bambuser, que será transmitida no site da Beautycounter. Se um cliente vir um produto de que gosta, ele pode clicar para ver a página do produto.

A Beautycounter também quer que outros membros de sua comunidade usem o estúdio. Tem uma rede de 50.000 consultores independentes que vendem seus produtos, muitas vezes usando o Instagram ou o Facebook para se conectar com os clientes.

Se um consultor estiver em Los Angeles, ele pode passar pela loja para filmar o conteúdo. Influenciadores, atrizes e outras celebridades também podem usar o estúdio para transmitir conteúdo da Beautycounter. “É realmente aberto a qualquer pessoa que queira usá-lo”, diz Renfrew.

O conteúdo que sai deste estúdio imita o que estamos acostumados a ver no Instagram e, em alguns casos, a marca espera transmitir os vídeos em suas plataformas sociais. Mas, ao criar um hub em seu próprio site para essas sessões e vídeos ao vivo, a Beautycounter terá mais controle da experiência.

Não está claro como os clientes responderão a este conteúdo, um fato que Renfrew reconhece. Mas o que está claro para ela é que é vital encontrar novas maneiras de envolver os clientes. “Este é um experimento”, diz ela. “Tenho certeza de que haverá 500 iterações antes de chegarmos à versão final.”

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Fonte: Fast Company