A França avança em medidas contra a Shein na região. Agora, a chinesa foi multada em € 40 milhões pela agência francesa de concorrência e antifraude (DGCCRF) por práticas comerciais consideradas enganosas, incluindo promoções falsas e omissão sobre impactos ambientais. As informações são da AFP.

Anunciada na última quinta-feira (3), a penalidade é a maior já aplicada pelo órgão e foi homologada pelo Ministério Público de Paris. A situação, analisando o quadro macro, prejudica a empresa em um momento de instabilidade nos EUA, seu principal mercado.
Para ‘driblar’ as pressões no ambiente norte-americano, a Shein estava concentrando sua estratégia no mercado europeu. Contudo, além da multa, a companhia já enfrentava regulações de órgãos da região.
Acusações
Segundo a DGCCRF, a investigação revelou que a varejista digital inflou preços antes de aplicar descontos, induzindo o consumidor a acreditar que estava diante de ofertas vantajosas. “Essas promoções permanentes e preços muito reduzidos criam a ilusão de uma boa oportunidade de compra”, afirma a autoridade francesa em nota.
A auditoria aponta que 11% dos descontos verificados, na verdade, correspondiam a aumentos de preço. Em 57% dos casos, não houve nenhuma redução real, enquanto em 19% a queda foi menor do que a anunciada.
Em resposta, a Shein declara à AFP que adotou medidas corretivas em até dois meses após ser notificada da investigação, iniciada em março de 2023. A empresa afirma ainda que leva “muito a sério” suas obrigações legais e regulatórias no país e reforça o compromisso com a transparência.
Presença na França
Presente no mercado francês desde 2015, a Shein aumentou sua participação no setor de vestuário e calçados de 2% em 2021 para 3% em 2023. Um dos principais expoentes do “ultrafashion”, a empresa é alvo recorrente de críticas na região. Entre os principais pontos, estão poluição ambiental, concorrência desleal e condições precárias de trabalho ao longo da cadeia produtiva.