Empresários de setores atingidos pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil reagiram com otimismo ao anúncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de um plano de socorro. Neste pronunciamento, o líder do país afirmou que a contingência representa com uma linha de crédito de R$ 30 bilhões.

O valor será viabilizado por meio de uma medida provisória chamada de MP Brasil Soberano. A avaliação geral do mercado é de que o montante é relevante, mas que a eficácia da medida depende dos detalhes divulgados nesta semana, em cerimônia no Palácio do Planalto. Entre eles, estão taxas de juros, critérios de adesão e medidas adicionais.
Segundo integrantes da equipe econômica, o plano foi elaborado “sob medida” para diferentes setores e perfis de empresas, com medidas de curto, médio e longo prazo. Além da linha de crédito, devem incluir a ampliação das compras governamentais — absorvendo parte da produção que deixará de ser exportada — e ajustes tributários.
Segundo o Governo Federal, o plano dará prioridade às menores companhias e a alimentos perecíveis.
Posicionamento do mercado
À CNN, Eduardo Heron, diretor técnico do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), afirmou que o pacote precisa contemplar ações específicas para cada segmento afetado. No caso da cadeia cafeeira, por exemplo, ele defende condições mais favoráveis para operações de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), modalidade utilizada por exportadores para financiar capital de giro e garantir a entrega das mercadorias vendidas.
Heron também destacou a necessidade de elevar a alíquota do Reintegra, mecanismo que devolve parte dos tributos residuais pagos ao longo da cadeia produtiva, como forma de reduzir custos e preservar a rentabilidade dos exportadores.
Para Eduardo Lobo, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca), o valor anunciado é “mais que suficiente”. Contudo, a avaliação dependerá dos detalhes operacionais.