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As três tendências de fraude no e-commerce para 2016

Por: Eduardo Mustafa

Graduado em 'Comunicação Social - Jornalismo' com experiência em negócios, comunicação, marketing e comércio eletrônico e pós-graduado em 'Jornalismo Esportivo e Gestão de Negócios'. Foi editor do portal E-Commerce Brasil, do Grupo iMasters (2015 /2016), e atualmente é executivo sênior de contas na Gume

A fraude eletrônica foi um dos principais problemas enfrentados pelo comércio eletrônico brasileiro em 2015. Ao todo, de acordo com a ClearSale, 704.133 transações indevidas foram detectadas, evitando assim a perda de R$ 476.509.146,72.

Segundo Bernardo Lustosa, COO da companhia, o número de golpes deve permanecer crescente em 2016. No entanto, três áreas serão as mais visadas pelos ataques cibernéticos, de acordo com Lustosa.

O primeiro envolve especificamente contas criadas em lojas virtuais. Segundo ele, elas são frequentes principalmente pela má gestão de senhas e pelos cliques em e-mails infectados.

“O usuário brasileiro geralmente usa a mesma senha em todos os e-commerces que tem o costume de comprar. Desta forma, uma vez capturados, os dados permitem o acesso em diferentes lojas virtuais”, esclarece o executivo.

A dificuldade em barrar este tipo de golple está em identificar a fralde com tantas informações corretas da vítima.

“Com o login e senha do usuário na mão, o fraudador tem acesso a todos os dados do comprador – até mesmo o número do cartão em alguns casos – e só precisa mudar o e-mail e endereço de recebimento, o que aumenta a dificuldade de detecção de transação suspeita”, comenta.

A crise econômica também deve acarretar um aumento na proporção de fraudes. “O fraudador continua aplicando golpes, seja com menos vendas registradas no e-commerce ou não”, afirma o COO.

“O ponto negativo disso é que o índice de fraudes aumenta. Se antes eram registradas 100 tentativas a cada mil transações, o percentual de fraudes era de 10%. Se o número cai para 500 compras, o índice automaticamente sobe para 20%, por exemplo”, completa Lustosa.

No ambiente físico, a fraude bancária deve continuar sofrendo ataques através do uso mobile, como é o caso do SIM Swap (“Troca do chip SIM”).

“O fraudador descobre um usuário que usa o celular como token para autorização de transações bancárias e se dirige à operadora munido de documentos falsos e informando que sofreu a perda ou roubo do aparelho. O chip da vítima deixa de funcionar enquanto o criminoso instala o novo chip em outro aparelho e consegue receber os códigos de autorização para transações bancárias”, explica.

“Com o aumento do número de smartphones no Brasil, é normal que os fraudadores queiram acompanhar esse crescimento e por conta disso, se aprofundar cada vez mais nos golpes”.

No entanto, o especialista tenta acalmar usuários que fazem compras online, alegando que não há motivos para grandes preocupações. Segundo ele, é necessário apenas tomar cuidado com os dados e e-mails falsos.

“Devido à grande quantidade de tentativas de fraude, a maioria das lojas no Brasil tem contratado um fornecedor antifraude, que autentica a transação antes da validação. Além disso, se o consumidor se perceber vítima do uso do cartão de crédito por terceiros sem a utilização de senha, ele tem o valor da transação estornado sem maiores transtornos”, diz Lustosa.

Fonte: Administradores