O setor de alimentação fora do lar alcançou, em agosto, o melhor resultado desde o início da pandemia de covid-19 no Brasil. De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), apenas 16% dos estabelecimentos encerraram o mês no prejuízo, enquanto 43% registraram lucro e 40% mantiveram estabilidade. O desempenho reforça o cenário de recuperação do segmento após anos de dificuldades.

Para o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, o resultado representa uma virada significativa. “A redução dos prejuízos é um sinal de que os bares e restaurantes estão conseguindo se adaptar melhor às condições econômicas. O setor viveu um período muito duro e agora dá sinais claros de recuperação, o que representa um alívio para os empresários e para a economia”, afirma.
Faturamento mostra equilíbrio
O faturamento das empresas também evoluiu positivamente no período. Em agosto, 39% dos negócios aumentaram a receita em comparação a julho, superando os 34% que registraram queda. Outros 27% permaneceram estáveis.
Mesmo diante da inflação acumulada de 5,13% nos últimos 12 meses, 36% dos empresários conseguiram reajustar seus preços para acompanhar o índice, cinco pontos percentuais acima do observado no mesmo período de 2024. Outros 20% aplicaram aumentos abaixo da inflação, 6% repassaram valores acima do índice e 38% mantiveram os preços inalterados.
Inadimplência em queda
A redução da inadimplência reforça a tendência de melhora no setor. Hoje, 64% das empresas não possuem débitos pendentes, um avanço relevante em relação aos últimos anos. Entre os que ainda enfrentam dificuldades, os principais atrasos envolvem impostos federais (71%), estaduais (48%) e empréstimos bancários (35%).
Segundo Solmucci, fatores como maior controle financeiro e a queda no desemprego contribuem diretamente para esse movimento. “A redução do desemprego tem sido determinante para a retomada do setor, pois amplia a renda disponível das famílias e favorece o consumo fora do lar. Esse cenário traz mais segurança aos empresários e sustenta a expectativa de crescimento contínuo nos próximos meses”, conclui.