O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avançou 0,4% no segundo trimestre em comparação com os três primeiros meses do ano. O resultado foi puxado principalmente pelo setor de serviços, que cresceu 0,6% no período. Os dados foram divulgados na terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Serviços puxam o desempenho do PIB
De acordo com a chefe do Departamento de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, a trajetória recente do setor de serviços tem acompanhado de perto a evolução do PIB total. Ela destacou que, diante da representatividade do segmento, seu desempenho acaba influenciando diretamente o resultado da economia brasileira.
O setor responde por 68,8% do PIB pelo lado da oferta. “Ou seja, pesa dois terços, praticamente, da economia atualmente. Então, obviamente, a economia vai seguir muito os serviços, assim como pela ótica da demanda segue muito o consumo das famílias”, explicou Palis.
No segundo trimestre, vários ramos de serviços registraram crescimento superior à média do PIB (0,4%). Entre os destaques estão atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (2,1%), informação e comunicação (1,2%), transporte, armazenagem e correio (1%) e outras atividades de serviços (0,7%).
“Temos como destaque esses segmentos, com a alta acima da média puxando o total de crescimento de serviços”, avaliou Palis.
Juros altos impactam menos os serviços
Outro ponto ressaltado pela especialista foi a menor sensibilidade dos serviços ao ciclo de alta da taxa básica de juros. Desde setembro do ano passado, o Banco Central vem elevando a Selic, o que afeta de forma mais significativa setores como indústria e varejo.
“Não é que não afete os serviços, mas impacta menos do que outras atividades da economia”, afirmou Palis.