Segundo relatório da PYMNTS com a Ingo Payments, 63% dos consumidores já esperam receber reembolsos no mesmo dia. O dado reflete uma mudança significativa no comportamento de consumo: a conveniência deixou de ser um diferencial e passou a ser um requisito básico.

O estudo “Money Mobility Tracker” revela ainda que quase 40% dos consumidores preferem enfrentar uma consulta odontológica do que esperar mais de uma semana para reaver seu dinheiro. O dado ilustra como a impaciência diante de processos lentos vem crescendo em um cenário moldado por carteiras digitais, transferências instantâneas e maior urgência financeira.
Agilidade nos pagamentos
Nos últimos anos, a velocidade dos pagamentos evoluiu rapidamente. Em 2017, apenas 4,1% dos desembolsos não governamentais eram feitos de forma instantânea. Hoje, esse percentual chega a 38%, impulsionado pelo uso crescente de ferramentas como Pix, carteiras digitais e plataformas de pagamento integradas. Mais do que a rapidez, o consumidor busca previsibilidade: segundo o levantamento, o principal atrativo dos pagamentos instantâneos é a certeza de que o dinheiro estará disponível imediatamente.
Essa transformação também é impulsionada pela possibilidade de escolha. Entre os que recebem desembolsos instantâneos, mais de dois terços optaram por esse formato entre diversas alternativas. Em categorias como empréstimos e adiantamentos de crédito, a preferência por pagamentos instantâneos aumentou 38% em um ano.
O relatório mostra que a agilidade nos reembolsos não é apenas uma questão operacional. Quando os consumidores recebem o dinheiro rapidamente, a percepção de valor da marca aumenta. Esse fator pode ser decisivo para a fidelização e recorrência de compra, sobretudo em um mercado cada vez mais competitivo.
Consumidores estão dispostos a pagar
Outro dado que contraria expectativas: 47% dos consumidores afirmam estar dispostos a pagar uma taxa para receber reembolsos de forma imediata, principalmente em situações emergenciais. Isso sugere que, quando o valor é claro, os usuários estão abertos a modelos pagos.
A tendência reflete o que a PYMNTS classifica como “Mudança Digital 2.0”: um novo estágio da transformação digital, no qual os pagamentos instantâneos deixam de ser uma inovação e se tornam parte essencial da infraestrutura de negócios. Nesse contexto, atrasos não são mais tolerados — e empresas que não se adaptarem correm o risco de perder clientes.
Além de reembolsos, salários, seguros e benefícios também passam a ser pressionados por esse novo padrão de velocidade. A lógica é simples: quanto mais rápido o dinheiro entra na conta, menor a dependência de crédito e maior a confiança do consumidor para gastar.
Empresas que adotam os pagamentos instantâneos tendem a se destacar, não apenas pela agilidade, mas pela capacidade de transmitir segurança e respeito ao tempo do cliente — atributos cada vez mais valiosos em uma economia orientada à conveniência.