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PMEs têm avanço de 2,5% no primeiro trimestre do ano, aponta estudo

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

Recentemente, um levantamento do Ibevar apontou para uma queda das vendas do varejo para os próximos meses. Para o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), no entanto, a movimentação financeira real média das PMEs brasileiras é positiva. Isso porque ela apresenta uma expansão de 2,5% no primeiro trimestre de 2023 (na comparação anual), após +0,6% no quarto trimestre de 2022.

Do ponto de vista setorial, o crescimento do IODE-PMEs no primeiro trimestre de 2023 foi condicionado pelo avanço da movimentação financeira real no Comércio (+1,8% ante o primeiro trimestre de 2022), em Serviços (+1,4%) e na Infraestrutura (+2,3%).

Crescimento por setores

No Comércio, o crescimento foi condicionado pelo avanço das PMEs do setor atacadista (+3,2% ante o primeiro trimestre de 2022), enquanto o varejo permaneceu estável. Por outro lado, o segmento de Comércio e Reparação de veículos encerrou o trimestre em retração (-5,3%). Já no setor de Infraestrutura, o crescimento das PMEs refletiu o avanço da movimentação financeira nos segmentos de Comércio e Geração de energia elétrica, Construção de rodovias e ferrovias e Serviços especializados para a construção.

O setor de Serviços também avançou no primeiro trimestre de 2023, após resultados mais modestos no decorrer do quarto trimestre de 2022 (-0,3% YoY). O índice também segue mostrando desempenho positivo do segmento de serviços de Alojamento e Alimentação. O único setor que apresentou retração no primeiro trimestre do ano foi a Indústria (-0,5% ante o 1T2022).

Por fim, o índice também analisou o mercado de PMEs de modo regionalizado. Dessa forma, observou que o crescimento no mercado no primeiro trimestre de 2023 foi sustentado pelo avanço dos negócios nas regiões:

Sudeste (+7,3% ante o primeiro trimestre de 2022);

Centro-Oeste (+3,3%);

Sul (+2,4%);

e Norte (+11,8%).

Por outro lado, houve retração da movimentação financeira real média das PMEs na região Nordeste (-6,8%).

Visão das PMEs em 2023

Apesar da desaceleração da economia brasileira frente ao crescimento no último biênio (2021-22), o IODE-PMEs surpreendeu as as expectativas no primeiro trimestre do ano. E isso ocorre ainda que não esteja totalmente disseminado entre os grandes setores de PMEs, com maiores preocupações relacionadas ao setor industrial e ao varejo — em que há atividades que apresentam maior dependência das condições de crédito.

De acordo com o responsável pelo estudo, ainda que os desafios macroeconômicos permaneçam no radar — especialmente relacionados aos efeitos dos juros em níveis elevados e ao aumento do nível de endividamento das famílias —, a recuperação da renda deve abrir espaço para crescimento dos negócios em diversas atividades do setor de PMEs.

Além disso, a desaceleração recente da inflação no país também é uma boa notícia para os empreendedores. E isso vale tanto na ponta dos custos de produção de bens ou fornecimento de serviços, quanto na ponta da demanda, uma vez que a inflação elevada diminui o poder de compra dos consumidores.

Em linhas gerais, as incertezas seguem no radar no ambiente de negócios doméstico e global. Assim, é fundamental que os empreendedores acompanhem os potenciais efeitos da desaceleração do PIB brasileiro sobre a renda das famílias e a evolução de curto prazo dos índices inflacionários. Do ponto de vista da agenda econômica no campo político, os próximos desafios estão relacionados com a tramitação das regras fiscais no Congresso. Ou seja, na capacidade do governo em seguir as regras estabelecidas e conter a expansão da dívida pública e com o avanço de outras reformas — como a tributária, que pode ter grande potencial para acelerar o crescimento econômico do país nos próximos anos.