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Open banking: 46% das instituições financeiras defendem que os riscos superam as vantagens

Por: Helena Canhoni

Jornalista

Bacharel em Comunicação Social pela ESPM. Experiência em tráfego pago, cobertura de eventos, planejamento de marketing e mídias sociais.

Open banking no computador
Imagem: reprodução

Aproximadamente 46% das instituições financeiras afirmam que o potencial do sistema open banking em gerar fraudes supera as recompensas positivas do mesmo, segundo o estudo da PYMNTS (Como o medo das fraudes impacta a adoção de meios de pagamentos ágeis das instituições financeiras). 

No caso das instituições financeiras – FIs em inglês – que, atualmente, vivem altos níveis de fraude, a porcentagem de céticos sobre o open banking chega até 57%. 

O relatório traz as principais descobertas de uma pesquisa realizada em 2023 com 200 executivos representando as instituições financeiras dos Estados Unidos. 

Open banking: o que muda no mercado

A definição do termo open banking diz respeito a uma estrutura legal que permite o acesso de fintechs terceirizadas aos dados de instituições financeiras, visando alimentar as ofertas de produtos e serviços dos consumidores. Segundo a PYMNTS, em outubro, a Agência de Proteção Financeira dos Consumidores (Consumer Finance Protection Bureau, CFPB) solicitou que o setor financeiro acelerasse a mudança em direção aos sistemas de open banking. 

Rohit Chopra, diretor da CFPB, alega que: “o sistema open banking vai pôr sob pressão a competição, melhorar os produtos e serviços financeiros e desencorajar taxas desnecessárias”. Simultaneamente, a nova estrutura permite que os clientes “se afastem de sistemas ruins e escolham instituições financeiras que apresentem os melhores preços e serviços”. 

Entretanto, o estudo revela que as instituições estão menos entusiasmadas sobre o novo sistema de compartilhamento de dados, com muitas temendo que o open banking aumente significativamente o número de fraudes. Somente 35% das IFs respondentes acreditam que os ganhos superam os riscos. 

De acordo com o relatório, na maioria dos casos, instituições financeiras pequenas apresentam entusiasmo e defendem um possível ganho de vantagem competitiva. Por outro lado, mais da metade das grandes empresas – com mais de US$ 100 bilhões de ativos em gestão – disseram que os riscos diminuem os ganhos, especialmente pelo potencial de crescimento nas fraudes. 

Gráfico da PYMNTS sobre risco de fraudes no open banking
Imagem: reprodução

Pagamentos em tempo real trazem dúvidas ao setor financeiro

A maioria das organizações, 52%, afirmaram na pesquisa que a demanda por velocidade nos pagamentos traz uma nova vulnerabilidade às fraudes e o sistema de bancos abertos somente intensifica esse risco. Porém, 28% das empresas ainda acreditam que, apesar de aumentar os riscos, outros benefícios superam o ponto negativo.

Com relação aos pagamentos em tempo real, o estudo revela que 81% dos entrevistados apresentam confiança em fornecer transações seguras para os consumidores e a estrutura open banking deve acelerar esse posicionamento. 

Contudo, a confiança cai conforme o tamanho da empresa. Instituições financeiras com ativos acima de 100 bilhões de dólares afirmam que oferecer pagamentos em tempo real não comprometeria sua segurança. Para empresas com ativos entre US$1 bilhão e US$5 bilhões, somente 78% apresentam confiança.

Segundo o estudo, as instituições financeiras que já se utilizam de sistemas de segurança baseados em nuvem, assim como inteligência artificial, possuem maior capacidade de gerenciar os possíveis riscos da estrutura open banking. 

Fonte: PYMNTS