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O que há por trás dos canais de atendimento?

Por: Eduardo Mustafa

Graduado em 'Comunicação Social - Jornalismo' com experiência em negócios, comunicação, marketing e comércio eletrônico e pós-graduado em 'Jornalismo Esportivo e Gestão de Negócios'. Foi editor do portal E-Commerce Brasil, do Grupo iMasters (2015 /2016), e atualmente é executivo sênior de contas na Gume

O avanço do comércio eletrônico impõe um ritmo de mudança no Varejo em todo mundo e não é diferente no Brasil. O consumidor já é digital, o celular virou uma extensão do corpo humano e o varejista que não tiver uma estratégia para o online está fadado a perder, e muito, para a concorrência. Mas como o Varejo pode desenvolver uma estratégia omnichannel e uma organização integrada com estrutura organizacional, com governança e modelos inteligentes de gestão?

Para Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail boutique de estratégia de Varejo, os varejistas brasileiros devem repensar toda a estratégia de atuação nos canais físico e online a fim de gerar valor para o cliente. Em entrevista à Decision Serrentino fala como os varejistas podem desenhar melhor suas estratégias de omnichannel.

Decision Report: Se o consumidor enxerga a marca e não o canal, como o varejista desenvolve uma organização integrada com estrutura organizacional, governança e modelos inteligentes de gestão?
Alberto Serrentino: É preciso entender como o cliente quer comprar e como usa os diferentes canais para pesquisas e compras. Normalmente, as organizações estão voltadas para gestão e otimização de canais, o que cria barreiras, lentidão e distância entre eles, até porque, os indicadores usados para avaliar os negócios e os gestores baseiam-se em desempenho por canal e isso cria uma agenda de conflito com o cliente.

Para se livrar desse procedimento lento, o Varejo brasileiro deve repensar processos, estruturas, indicadores e comunicação interna para permitir a progressiva orientação à geração de valor para o consumidor. É importante lembrar que atrás dos canais, há pessoas e conflitos e a governança deve minimizá-los.

Decision Report: Quais são os principais desafios para o varejista ser omnichannel no Brasil?
Alberto Serrentino: Em primeiro lugar, amadurecer o comércio eletrônico, que ainda é marginal para a maioria das empresas. Sem fazer um bom e-commerce, não é possível construir modelos omnichannel. A segunda parte consiste em criar cultura digital nas empresas e isso deve permear e contaminar os vários processos da organização, não pode ser tratado como apêndice do negócio. Por fim, é preciso redesenhar processos, estrutura e governança para orientar o business aos clientes e permitir que a experiência de compra seja fluida entre canais.

Decision Report: Quais cases de sucesso internacionais o brasileiro pode seguir como fonte de inspiração e modelo de estratégia assertiva?
Alberto Serrentino: Este processo é uma jornada e as empresas amadurecem seus modelos de negócio a partir da experimentação de contínuas inovações e melhorias. Existem várias empresas com grau de integração considerável e podem servir de exemplo para o Brasil como Tesco, John Lewis, Walgreen’s, Nordstrom, Walmart EUA, Best Buy, Sephora e Macys.

Fonte: Decision Report