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Na era das redes sociais, escambo é negócio. Redes sociais de comércio colaborativo ganham força.

Por: Vivianne Vilela

Diretora de Conteúdo do E-Commerce Brasil

Vivianne Vilela atua como Diretora de Conteúdo, do E-Commerce Brasil há mais de 11 anos. É responsável pela curadoria dos eventos, dentre eles o Fórum E-Commerce Brasil (maior evento de e-commerce das Américas). Passou mais de 7 anos trabalhando em projetos nacionais para promover a inclusão, transformação e expansão no uso da tecnologia dos pequenos negócios no Brasil pelo Sebrae Nacional.

Navegando em uma rede social, Marcelo Spinassé viu uma conversa entre três amigas. A primeira ia dar uma festa, a segunda fazia decoração e a terceira apresentou as duas. Surgiu a ideia: um site para juntar necessidade e habilidades, sem que ninguém tivesse que colocar a mão no bolso.

O WinWe  é uma rede social de comércio colaborativo. Quem ensina manutenção de computadores ou faz tradução do inglês, por exemplo, anuncia de graça. Quem precisa paga com aulas de tênis ou de esgrima.

O site entrou no ar em agosto do ano passado. No primeiro mês, mais de 4 mil pessoas se cadastraram. Hoje, são quase 13 mil. “Se você for contratar alguém, pode saber quais os amigos comuns que tem com essa pessoa e até pegar algum tipo de indicação, saber a distância que essa pessoa tem de você. Às vezes, pessoas do teu prédio, bairro, rua, fazem um serviço interessante e você não conhece”, diz Marcelo, criador do site.

Outros sites oferecem serviços parecidos na internet. O dicionário tem vários nomes para isso. Troca, permuta, escambo, que é aquilo que os índios faziam. Uns tinham muitos peixes, outros tinham mais frutas do que conseguiam comer, eles se encontravam, faziam a troca e ia todo mundo feliz para casa. Só que, na era das redes sociais, escambo não é mais programa de índio, é negócio.

Graziela Freitas é empresária e consultora de moda. Na loja, faz palestras e organiza happy hours para mulheres. Na rede social, descobriu que Célia Queiroz faz doces personalizados. Experimentou. “Um dia, eu vi lá que alguém me contratou no meu e-mail. Fiquei toda feliz”, afirma Célia.

Os doces foram pagos com maquiagem e conselhos de moda de Graziela para as filhas de Célia, que iam a uma festa. A permuta deu certo. “O que era para ser uma experiência de um dia acabou virando uma parceria para meses. Até agora foram umas cinco parcerias, mas nós já estamos conversando sobre os próximos meses”, diz Graziela.

E devem ser meses bons, porque os negócios aumentaram. “Clientes para que ela fornece os cupcakes que já ficaram sabendo da minha loja e vieram”, afirma a empresária.

Célia também tem planos. Já quer anunciar os bolos que faz em um site próprio. “Estou te falando: o cara vai fazer o site para mim, eu vou fazer inglês e vou pagar com bolinho”, diz.

 

[via Jornal O Globo]