O mercado de arte online tem crescido rapidamente nos últimos anos, impulsionado pela pandemia de COVID-19 e pela crescente digitalização do comércio. Em 2021, por exemplo, as vendas de obras de arte no comércio eletrônico atingiram um recorde de US$ 13,5 mil milhões, representando um aumento de 72% em relação ao ano anterior. Para este ano, o setor prevê continuidade no crescimento e estima atingir US$ 20 milhões em vendas.

A sétima edição da Pesquisa Setorial do Mercado de Arte no Brasil, realizada pela Act Arte, encomendada pela Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT) em parceria com a ApexBrasil, traz um panorama sobre esse mercado que gradualmente está ganhando espaço no país. Mesmo lançada em 2025, os resultados se referem a 2023, ano de recuperação da pandemia. A última edição da pesquisa foi publicada em 2018.
A pesquisa entrevistou 76 galerias de arte e 45 profissionais do setor, incluindo artistas, colecionadores, consultores, representantes de feiras, casas de leilão e curadores.
Cenário atual
Apesar do crescimento, o mercado de arte online ainda enfrenta o desafio da falta de familiaridade com o mercado de arte “institucional”, a dificuldade de avaliar a qualidade e a autenticidade das obras de arte no ambiente digital e a necessidade de construir relações de confiança entre compradores e vendedores.
Existe uma variedade de plataformas de comércio eletrônico que oferecem uma ampla variedade de obras de arte para venda, desde pinturas e esculturas até fotografias e arte digital. Entre as mais populares, estão:
- Artnet
- Artsy
- Saatchi Art
- Paddle8
- Artfinder
O perfil dos compradores é heterogêneo, com diferentes níveis de experiência e conhecimento sobre arte. No entanto, o estudo observou um crescimento na quantidade de jovens consumidores desse mercado, com idade entre 25 e 40 anos. As mulheres representam cerca de 40% dos compradores.
Quando perguntados, os respondentes informaram que a paixão pela arte, o investimento e a decoração de interiores são alguns dos motivos para aquisição das obras. Entre outros fatores para a preferência do canal, estão a conveniência, a acessibilidade e a variedade de obras de arte disponíveis online.
Principais canais de compra
Apesar do crescimento das vendas no e-commerce, a experiência presencial ainda predomina no mercado de arte. Em 2023, 42% do Valor Geral de Vendas (VGV) das galerias veio de transações presenciais, um declínio em relação aos 55% registrados em 2018. Parte dessa redução foi compensada pelo aumento das vendas online diretas, que passaram de 8% em 2018 para 20% em 2023, impulsionadas pelo uso de plataformas digitais após a pandemia.
As feiras de arte continuam sendo um canal relevante, representando 25% do VGV para feiras nacionais e 9% para internacionais. Algumas galerias relataram que até 55% de suas vendas ocorreram em feiras internacionais, demonstrando sua importância para determinados negócios. Já as vendas por marketplaces de terceiros tiveram impacto reduzido, representando apenas 1% do total.
Embora as plataformas digitais tenham avançado, as galerias com maior faturamento ainda dependem menos desses canais, que são mais utilizados para transações de menor valor. Além disso, a retenção de clientes adquiridos digitalmente permanece um desafio. O estudo indica que o futuro pode trazer maior relevância para os marketplaces, conforme compradores se familiarizem com esse ambiente.