
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), houve uma diminuição de 0,5% na intenção de compra das famílias (ICF) no mês de fevereiro, a terceira queda consecutiva.
Apesar da queda, segundo a instituição, o indicador permaneceu na zona de satisfação – acima dos 100 pontos –, alcançando 105,7 pontos. O resultado é o maior patamar para o mês desde o ano de 2015.
No comparativo com fevereiro de 2023, o ICF apresenta um crescimento de 10,4%.
A CNC acredita que, independente da queda, os resultados indicam uma recuperação na pretensão de consumo das famílias com relação aos anos anteriores – mesmo com a preocupação em honrar as dívidas existentes.
Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, explica: “a atenção das famílias brasileiras com o planejamento financeiro vem mostrando resultado no mercado de crédito e, apesar de enfraquecer o consumo, a intenção de compra permanece melhor do que em anos anteriores”.
Examinando os resultados
Dentre os sete componentes do ICF, seis apresentaram quedas na comparação entre janeiro e fevereiro. O único crescimento foi sobre a renda atual, com uma alta de 0,3% e totalizando 124,7 pontos. Segundo a organização, a “inflação mais controlada” ocasionou o aumento.
Já o componente responsável pela validação do cenário para compras e bens duráveis está no cenário mais pessimista. Referente aos segmentos que apresentaram quedas, os resultados foram:
– Emprego atual, -0,5%, totalizando 127,4 pontos;
– Nível de consumo atual, -0,6%, para 91,8 pontos;
– Perspectiva profissional, -1,6%, resultando em 117,2 pontos;
– Perspectiva de consumo, -0,7%, culminando em 109,7 pontos;
– Acesso ao crédito, -0,3%, para 95,3 pontos; e
– Momento para aquisição de bens de consumo duráveis, -1,1%, fechando em 73,5 pontos.
Ainda assim, pelo terceiro mês consecutivo, a avaliação sobre acesso ao crédito recuou, sinalizando que a redução dos juros para o aquecimento do consumo não foi suficiente.
“Observando, também, a redução da inadimplência, podemos concluir que as famílias estão aproveitando o crédito mais barato para ajustar seus orçamentos em vez de fazer novos compromissos”, esclarece Tavares.
A confederação ainda detalha que a atenção com a inadimplência é oriunda das famílias de renda média e baixa; por outro lado, as famílias com maior renda continuam a fazer uso do crédito para suas compras.
Na avaliação acerca do acesso ao crédito, houve um aumento de 0,4% em fevereiro entre os que possuem uma renda mensal acima de 10 salários mínimos. Entretanto, ocorreu um recuo de 0,7% para aqueles que recebem menos de 10 salários mínimos – a terceira queda consecutiva.
Fonte: CNN Brasil