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Indústria e Varejo: a indústria sabe onde vende, mas não para quem

Por: Redação E-Commerce Brasil

Equipe de jornalismo E-Commerce Brasil

Cada vez mais, o consumidor tem estudado e visitado mais opções de lojas antes de efetivamente tomar a decisão de adquirir um produto ou serviço. Diante disso, qual seria o movimento necessário para garantir que todas as necessidades deste cliente sejam atendidas apenas na sua loja, sem partir para a busca na concorrência?

Daniel Nepomuceno, responsável pela direção do e-commerce do Tenda Atacado, ressaltou no Congresso Indústria Digital 2023 os principais desafios e oportunidades do ponto de vista do varejo e da indústria para garantir o crescimento sustentável de ambos e, também, a boa relação B2B.

Para Daniel Nepomuceno, o varejo fortalece marcas próprias, o que pode incomodar a indústria. A indústria deve então partir para o D2C, o que pode incomodar os varejistas / Foto: Ruan Carlos

No varejo físico, o espaço é mais limitado. Para uma marca entrar é necessário que outra saia. No varejo online, porém, isso muda: há um espaço muito maior para novas marcas, abrindo as portas para a relação com novos fornecedores. Sabendo disso, como o Varejo e a Indústria podem estabelecer uma relação colaborativa?

O compartilhamento de dados como um diferencial

Com baixos investimentos no digital e a falta de trocas mais transparentes, o varejo carece de informações. “O pequeno varejo precisa entender o que vende”, diz Daniel. “Quanto mais informações e mais condições, melhor. É preciso olhar com a iniciativa de que juntos [Varejo e Indústria] crescemos mais”.

A indústria, por sua vez, apoia aquele que compartilha dados, com o objetivo de suprir a falta de noção sobre quem é o consumidor final — o que efetivamente acessa o varejo, físico ou digital, para realizar a compra do seu produto. Nesse cenário, fica evidente a falta de investimento e baixa aposta no digital por parte do varejo, estratégias primordiais para a coleta de dados primários que poderiam fortalecer a indústria e o relacionamento B2B.

Isso porque na hora de decidir onde colocar o seu dinheiro, “a indústria sempre priorizará a relação com aquele varejista que se mostra mais transparente”, diz Daniel. Para ele, este mercado opta sempre por fechar o negócio com o varejista preparado para indicar, através de dados consolidados, para onde devem ser direcionados os investimentos naquela relação comercial.

O D2C em ascensão

Com as dificuldades do Varejo e da Indústria para entrar em um alinhamento ideal, o D2C ganha cada vez mais força. “O varejo fortalece marcas próprias, o que pode incomodar a indústria. A indústria deve então partir para o D2C, o que pode incomodar os varejistas”.

O varejo pode, então, direcionar o seu plano de negócios para a venda de marcas regionais, fugindo do mainstream e diminuindo a relação de dependência com a indústria. Ainda assim, é importante não deixar de lado a manutenção de uma boa relação entre ambos.

É muito importante que a indústria tenha ao seu lado um braço digital forte, com capacidade para coletar e analisar os dados e os diferentes tipos de consumidor. A virada digital também fortalece muito o varejo, utilizando dos dados e da tecnologia para obter conhecimento, insights e aumentar a proximidade com o cliente e com a indústria. “O varejista que está preparado para entregar para a indústria o que tem de opções no menu, de opções para receber e visualizar resultados, feito de forma constante, traz ganhos para todo mundo”, diz Daniel.

Por Itala Assayag, em colaboração para o E-Commerce Brasil