Era para ser mais uma palestra sobre modelo de negócios, mas os 40 minutos em que o baiano Rogério Salume, CEO da Wine.com.br, ocupou o palco da Conferência Rio 2016 foi um misto de boa conversa de domingo com uma aula não só sobre inovação no e-commerce, mas de como enxergar a vida.
Nesta quarta-feira (9), Salume compartilhou a sua experiência com a empresa, a maior loja de vinhos da América Latina, terceira do mundo. Com mais de 9 mil pedidos por dia, ela nasceu em 2008, em uma sala com dois computadores.
A sua história começou na década de 2000, quando trabalhava com vendas e o chefe dele na época o mandou sair com uma garrafa de vinho “porque era moda”. Depois de um tempo trabalhando nessa área, decidiu criar a sua própria experiência. “Decidi que não queria participar daquele mundo do vinho complicado, elitizado”, contou.
Com isso, o baiano de Itabuna, cidade a 426 km de distância de Salvador, deu início à Wine.com. Trabalhando ao lado do seu antigo sócio, ele colocou na cabeça que deveria vender momentos inesquecíveis.
O conceito é tão importante para a empresa que os colaboradores ganham atenção especial. “Temos como mantra dizer que o cliente não está em primeiro lugar”, disse, para uma plateia surpresa. “Em primeiro lugar estão os wineanos, os colaboradores que estão lá, ralando. Quando isso é verdade, o cliente é atendido em primeiro lugar. Não precisa pedir isso [para o funcionário], é natural”, disse.
A estratégia é tão bem sucedida que os clientes defendem a marca. Em 2011, Rogério encontrou, durante o voo, um senhor que estava viajando também a Portugal para tentar realizar um dos seus maiores sonhos: simplesmente pisar em uvas.
O fundador da Wine.com ajudou o idoso a fazer o próprio vinho e fez saltar, de apenas um cliente em uma cidade do Rio Grande do Sul – o idoso – para 116. Todos trazidos por aquele senhor no avião. “Por isso que eu sempre digo: aqui, nós trabalhamos para proporcionar com experiências incríveis.”
Qual a receita para esse sucesso? Trabalho. “Tem muita gente querendo alterar o universo para fazer algo e não sabe nem trabalhar com o básico!”, alertou. “É preciso fazer o feijão com arroz. Dele, sai uma feijoada”, concluiu.