A manhã dessa quarta-feira (17/04) contou com um bate papo entre Luiz Telles, Co-fundador e Chief Storytelling Officer da A-Lab, e Giovanni Rivetti, CEO da Context Creative Tech (ambas empresas do Grupo Dreamers). Na conversa, os executivos exploraram como a criatividade e a tecnologia se unem para construir estratégias de comunicação personalizadas, inovadoras e coerentes para as marcas.
Inteligência Artificial como aliada da criatividade
Luiz Telles apontou o papel crucial da inteligência artificial (IA) no sentido de coletar dados e entender os desejos da audiência — fornecendo subsídios valiosos para a criação de conteúdo. Para ele, essa análise em tempo real exige o uso de tecnologias de monitoramento. Ainda assim, ressalta que a emoção e a relação humana continuam sendo elementos essenciais para uma obra de arte ser realmente potente.
Giovanni Rivetti complementa o pensamento de Telles, afirmando que a ideia é utilizar a tecnologia e os dados para otimizar a experiência do mundo físico. “Por meio da realidade aumentada e outras ferramentas digitais existe a busca por melhorar a dinâmica dos ambientes reais, criando jornadas de vida mais emocionais e significativas para as pessoas”, diz.
Desafios e equilíbrio
Telles reconhece o desafio de manter a alma artística em um mundo cada vez mais dominado pela IA. Ele defende a visão renascentista de que arte e ciência devem caminhar lado a lado, utilizando a tecnologia moderna como ferramenta para expandir a criatividade e a capacidade de reflexão.
Rivetti reforça a importância do equilíbrio entre tecnologia e criatividade, comparando com as provas de MMA (Mixed Martial Arts, ou Artes Marciais Mistas, em português). “Os atletas mais bem-sucedidos são aqueles que possuem diversas habilidades além da luta em si, bem além da faixa preta”. Além disso, ele usa o exemplo da Walt Disney e seus “Imagineers”, engenheiros que combinavam técnica e criatividade para projetar os parques temáticos da empresa.
O futuro da publicidade
Entre outros apontamentos de Telles, ele acredita que a tecnologia irá acelerar a produção de conteúdo. “Ainda assim, as pessoas continuarão sendo essenciais para a criação de histórias impactantes e autênticas. Acredito em um futuro onde a publicidade se tornará uma comunidade, com marcas e consumidores colaborando para construir experiências significativas”.
Em relação à comunicação do futuro, Rivetti afirma que a geoespacialidade e a interação com o ambiente serão elementos-chave. Para tanto, citou exemplos como no show do The Town, onde um “olho mágico” no aplicativo permitia aos usuários explorar a cidade virtual; e no Lollapalooza, onde os mobiliários urbanos se tornaram telas interativas para quem participava do festival.
Sobre alguma possibilidade de “perigo da IA”, Telles adverte que a única delas seria a de não percebê-la como uma aliada. “Penso nela (IA) num futuro similar ao de Jornada nas Estrelas, onde a tecnologia é utilizada para o bem, e não com a visão distópica de Mad Max, por exemplo”, encerra.
O Web Summit Rio está em sua segunda edição e acontece no Riocentro até 18 de abril. Para 2024, são esperados cerca de 30 mil visitantes, contando também com mais de 600 investidores e 1 mil startups.