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Frederico Trajano fala dos desafios de ampliar a presença digital do Magazine Luiza

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado de e-commerce desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

O CEO da varejista destacou ainda o esforço em trazer pequenos sellers para o marketplace da empresa

“Hihg Tech – high touch: A estratégia do Magalu para acelerar a digitalização do varejo brasileiro”. Esse foi o tema da palestra de Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, o 4º presidente da rede de 64 anos. O empresário lembrou em sua fala que sua primeira experiência em compras no ambiente digital foi 22 anos atrás, ano da primeira bolha das vendas online e, de lá pra cá, foram muitos os desafios para posicionar o Magalu como uma das referências em marketplace no Brasil.

Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza no Fórum 2022/imagem João Carlos Silva

Parte do atual sucesso da varejista está na presença da “virtual influencer” Magalu, a personalidade digital de maior relevância no mundo. Para Trajano, ela traduz o exemplo de um esforço constante da rede: buscar a química ideal entre tecnologia e calor humano. O alcance da personagem é tanto que ela foi reconhecida com o Leão de Ouro em Cannes, o maior festival de publicidade do mundo.

Desafio da pandemia

“O Brasil é um país analógico”, afirma Trajano. Por isso, ter na cultura da empresa as ações online já há algum tempo foi essencial quando precisaram fechar 1400 lojas em março de 2020. O resultado foi a aceleração de diversos processos, o que refletiu positivamente nas vendas. Algumas unidades chegaram a vender mais do que quando operaram abertas.

Entretanto, o cenário de tantos sellers sem renda alertou a equipe Magalu sobre as dificuldades de pequenos empresários em comercializarem seus produtos. No Brasil, somente 12% do varejo brasileiro está online, em comparação, na China este índice chega a ultrapassar 30%. O isolamento social certamente traria preocupação para empresários que não poderiam manter suas atividades presenciais.

Por isso, o Magalu criou uma ferramenta virtual para auxiliar estes empreendedores a retomarem o contato com os antigos clientes – e também para conquistar novos. Esta ação proporcionou que 200 mil empresas que nunca tinham vendido online começassem a ter esta experiência a partir do marketplace do Magalu. Esses empresários passaram a endereçar as vendas dos seus produtos para as unidades da varejista.

Aprender com os chineses

O CEO celebrou a capacidade técnica dos programadores brasileiros – e fala com a propriedade de quem conta com a expertise de uma rede que integra 140 plataformas de e-commerce diferentes. Ele verifica, entretanto, que o mercado nacional ainda pode evoluir para monetizar esses ambientes de compra, algo que os chineses já souberam incorporar. “Precisamos incluir elementos socais nas ferramentas de varejo para que deixem de ser apenas transacionais”, aconselha.

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Por William Saab, em colaboração especial durante o Fórum E-Commerce Brasil 2022.