As empresas chinesas de internet têm violado os direitos dos clientes ao fazer uso indevido de dados pessoais e “intimidar” as pessoas para fazer compras e promoções, afirmou uma associação de consumidores apoiada pelo governo na quinta-feira (7).
A declaração da Associação de Consumidores da China (CCA) não menciona nenhuma empresa, mas ocorre em um momento em que Pequim intensificou o escrutínio dos gigantes da tecnologia, revertendo uma abordagem outrora laissez-faire para seu vasto espaço na internet.
“Os consumidores estão sendo pressionados por algoritmos de dados e se tornando alvos de intimidação técnica”, disse a associação.
As empresas devem parar de usar sistemas para escanear os dados pessoais dos consumidores e oferecer preços diferentes para produtos com base nessas informações, disse a associação.
Algoritmos que checavam o uso da internet e outros dados das pessoas e, em seguida, enviavam anúncios e promoções direcionados, privando os clientes de escolha, acrescentou.
Ainda segundo a instituição, alguns dos produtos e serviços promovidos por esses sistemas automatizados “violam a lei e a ordem pública e os bons costumes”.
Os “valores e conceitos morais dos consumidores podem até ser distorcidos por algoritmos e se tornar ‘brinquedos’ nas mãos dos operadores de plataforma”, disse o comunicado do CCA.
Violação de dados e direitos
Pequim emitiu um projeto de regras em dezembro com o objetivo de evitar o comportamento monopolista de empresas de internet, marcando a primeira ação regulatória séria da China contra o setor.
A China também alertou seus gigantes da internet para se prepararem para um maior escrutínio, ao aplicar multas e anunciar investigações sobre negócios envolvendo o Alibaba Group e a Tencent Holdings.
A mídia estatal chinesa tem se tornado cada vez mais ativa sobre a violação dos direitos do consumidor por empresas de tecnologia.
Em setembro, a emissora estadual publicou os resultados de uma pesquisa que mostrou que 75% dos entrevistados acreditam que foram tratados de forma injusta quando fizeram compras online.
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Fonte: Reuters