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E-commerce afeta demanda por galpões para segundo semestre de 2023

Por: Lucas Kina

Jornalista e repórter do E-Commerce Brasil

A retração nos índices do e-commerce brasileiro não surpreendem e era até mesmo esperada após três anos de bons resultados. Um dos desdobramentos com essa queda, no entanto, é no uso de galpões, que deve voltar à estabilidade em 2023.

“Os números do primeiro trimestre foram muito bons. No geral, a economia brasileira está um pouco complicada, mas o setor de logística se saiu bem. Para frente, não diria que há esfriamento, mas sim acomodação”, explica Giancarlo Nicastro, presidente da consultoria Siila, ao Estadão.

e-commerce e galpões - Brasil
(Foto: Unsplash)

Em níveis de pré-agendamento destes galpões, o executivo cita números desde 2019 que desenham essa estabilização.

Nos primeiros três meses de 2019, 10% dos galpões estavam pré-locados quando foram entregues no período. Seguindo o mesmo retrospecto, o índice ficou mais expressivo em 2020 (41% pré-locados), 2021 (51%) e 2022 (42%). Neste ano, a divisão chegou em 39%, sendo o menor índice desde o boom do comércio eletrônico no Brasil.

Cenário ainda é positivo

Segundo levantamento da Siila, no primeiro trimestre deste ano ainda é contabilizado crescimento de 15% nas locações dos espaços ante mesmo período em 2022. Ao todo, são 520,7 mil metros quadrados alugados no estado de São Paulo, região com maior expressão neste mercado.

Da demanda total, se dividem Transporte & Logística (22%), E-commerce (11%), farmacêuticas (10,5%), empresas de T.I (7%) e Veículos (5%).

Um fator negativo, porém, relaciona-se ao anúncio recente de taxação de empresas internacionais do e-commerce, como Alibaba, Shein e Shopee. Isto porque, com expansão dentro do cenário nacional, estas e outras marcas podem entregar galpões após esta medida.

Segundo Mariana Hanania, diretora de pesquisa da Newmark, toda cadeia pode ser afetada com a cobrança destes impostos.