O mercado de luxo global está em constante transformação, projetando movimentar até US$ 418,89 bilhões em 2028 e até US$ 526 bilhões em 2030, segundo estimativas do Market.us. Mas o que, de fato, define o luxo no século XXI? Mais do que objetos de alto valor, ele hoje representa tempo, experiência e significado. É a fusão entre a excelência artesanal e a tecnologia de ponta, convertendo dados em memórias e canais digitais em hospitalidade, enquanto preserva uma herança cultural que o torna um espelho de sua época.

Para entender melhor o cenário, o E-Commerce Brasil promove a primeira edição do Congresso E-Commerce de Luxo, um evento para líderes e profissionais do setor. O encontro acontecerá no dia 2 de setembro, no Tivoli Mofarrej, em São Paulo, reunindo executivos e especialistas para debater a reinvenção e o futuro do consumo premium no Brasil e no mundo.
Setor enfrenta instabilidade
O setor de luxo global enfrenta uma desaceleração, impulsionada por um ambiente macroeconômico incerto e a retração da demanda em mercados-chave, como a China. As marcas tradicionais precisam se reinventar sem comprometer sua exclusividade.
Estratégias como a diversificação de negócios, a inovação e a expansão do mercado de segunda mão têm sido adotadas para atrair novos clientes e ampliar a visibilidade das marcas. No entanto, a inovação em formatos como hotelaria e gastronomia exige que a experiência mantenha o mesmo nível de excelência do produto principal, o que acarreta um custo elevado.
Nesse contexto, discussões sobre o valor intrínseco do luxo ganham destaque. A polêmica envolvendo bolsas Birkin, por exemplo, trouxe à tona o debate sobre o custo real de produção versus o prestígio da marca.
Fornecedores chineses têm viralizado ao mostrar a fabricação de peças “idênticas” a artigos de grife por um custo muito inferior, levando consumidores, especialmente os mais jovens, a questionar se o preço elevado se justifica pelo produto ou apenas pela etiqueta. Este movimento online tem fomentado a busca por autenticidade, ética e consumo consciente, desafiando a percepção de que o valor está unicamente na marca.
Também tem potenciais
Conforme especialista, a alta do IOF sobre compras internacionais aumenta a demanda por artigos de luxo no mercado interno, especialmente no setor de moda. Isso poderá fortalecer o mercado nacional, incluindo resellers e plataformas especializadas em produtos de luxo seminovos, que oferecem alternativas competitivas com parcelamento facilitado e disponibilidade de itens com fila de espera internacional.
Por exemplo, as bolsas e joias de luxo têm sido adquiridas não apenas pelo seu valor estético, mas também como investimento e reserva de valor, em um cenário de crescente exclusividade.
Além disso, alguns nichos de luxo demonstram notável resiliência:
- Ultra luxo, relojoaria e joalheria se destacam, com a Hermès, por exemplo, registrando alta nas vendas, contrariando a queda de concorrentes.
- O mercado de flores de luxo cresceu mais de 30% no primeiro semestre de 2025, impulsionado pela demanda por produtos personalizados e de alto padrão, com foco em agilidade na entrega e diversificação de produtos para presentear.
- As viagens de luxo superaram o crescimento da classe econômica em 2024, impulsionadas pela busca por exclusividade e personalização, com destaque para o avanço na Ásia e Pacífico e a maior procura por salas VIP e serviços diferenciados.
Por dentro do congresso
Com sete painéis distribuídos em um único palco, o congresso explorará desde as origens culturais do luxo até estratégias inovadoras para criar jornadas híbridas, que integrem o físico e o digital de maneira consistente com o posicionamento de cada marca. Você terá a oportunidade de ouvir:
- Catherine Petit (Moët Hennessy Brasil), que abordará a evolução do conceito de luxo;
- Katherine Sresnewsky (ESPM), discutindo como CRM e clientelling sustentam relações duradouras com clientes de alto padrão;
- Mariana Santiloni (WGSN), apresentando previsões para o crescimento do mercado global.
- Marina Torres (L’Oréal Luxo), mostrando como dados e inteligência artificial moldam experiências hiperpersonalizadas;
- Patrícia Bonaldi (PatBo), compartilhando sua experiência em expansão internacional;
- Thábata Cesário (NK Store) e Patrícia Landmann (Chocolat Du Jour), que discutirão a descentralização do consumo premium em novas praças.
Segundo Bruno Pati, CEO do E-Commerce Brasil, o grande desafio das marcas é “preservar a herança cultural e a excelência artesanal ao mesmo tempo em que escalam tecnologia e omnicanalidade, sem perder a aura que sustenta o luxo”.
Muito mais do que um evento, o congresso é um observatório de tendências e ponto de encontro para quem está construindo o futuro do consumo premium no Brasil. Não perca a chance de aprofundar seus conhecimentos e gerar valor duradouro em um mercado que valoriza cada vez mais a personalização e a consistência.