Compras em lojas físicas retomam com ritmo forte nos EUA
Esperava-se que a pandemia de Covid-19 nos transformasse em compradores online permanentes, para nunca mais pisar em lojas físicas. Em vez disso, os consumidores aparentemente se cansaram de pedir tudo enquanto estão sentados no sofá e voltaram a fazer compras à moda antiga.
"À medida que a pandemia diminuiu, você está vendo os consumidores voltarem às suas atividades pré-pandemia", disse Brian Nagel, que cobre o setor de varejo da Oppenheimer & Co. "Os consumidores veem benefícios em fazer compras nas lojas". Além disso, ele cita que outros fatores convergem para que as vendas online tenham queda.
A inflação está pressionando as carteiras dos consumidores. Isso levou alguns compradores a deixar de comprar itens discricionários caros, como eletrônicos e móveis – produtos geralmente comprados online – ou recusar as taxas de entrega.
Outros consumidores se mostraram ansiosos para sair e socializar depois de ficarem confinados em casa durante a pandemia. "Comprar em lojas é uma atividade social", disse Nagel.
Os sinais dessa mudança nas preferências do consumidor estão por toda parte. Em maio, as vendas no varejo online aumentaram 2,2% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, de acordo com dados de pagamento divulgados pela Mastercard na terça-feira(14). As vendas nas lojas cresceram a um ritmo muito mais rápido de 13,4%.
As ações de comércio eletrônico foram o setor de varejo com pior desempenho no S&P 500 até agora em 2022, caindo 28% nesta segunda-feira (20), segundo a S&P Global.
A Amazon disse que adicionou muita capacidade de armazenamento à medida que corria para atender à demanda da pandemia e estava com excesso de pessoal em alguns casos. A empresa está agora sublocando algum espaço de armazém para reduzir o excesso de capacidade.
Empresas como a Stitch Fix estão lutando. O serviço de modelagem de roupas online demitirá 15% de seus cargos assalariados – cerca de 330 trabalhadores – em meio à desaceleração do crescimento do comércio eletrônico. Os cortes ocorrem meses depois que a Stitch Fix reduziu sua previsão para o ano inteiro e disse que sua contagem de clientes ativos estava abaixo das expectativas.
A Carvana, revendedor online de carros usados, vai demitir cerca de 2,5 mil funcionários, ou 12% de sua força de trabalho. Nas cidades, várias startups que prometiam substituir os mantimentos de esquina entregando comida e itens essenciais em menos de 15 minutos estão falindo.
Além disso, especialistas preveem que mais demissões podem acontecer nos próximos meses. "Muitas dessas empresas contrataram funcionários antecipando o crescimento previsto. Agora eles ficarão aquém dessas previsões. A resposta óbvia para metas de crescimento perdidas é reduzir, reduzir e reduzir custos", explica Berna Barshay, analista da Empire Financial Research.