O valor da cesta básica na região metropolitana de São Paulo recuou 0,42% no segundo trimestre do ano (abril, maio e junho), de acordo com levantamento da Precifica, empresa especializada em soluções de pricing, como o monitoramento de preços do e-commerce.
O estudo envolveu 13 itens disponíveis em cinco grandes plataformas supermercadistas que atuam na região. Para efeito de comparação, no mesmo período o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 2,22%, considerando a prévia referente a junho de 0,69%, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no dia 24.
A empresa explica que os números do IBGE envolvem produtos e serviços de diversos segmentos e não somente da cesta básica. Essa é a razão da diferença. No entanto, quando analisado apenas o grupo Alimentos e Bebidas na composição do IPCA, verifica-se que o resultado da Precifica segue a lógica dos dados oficiais.
No IPCA, o grupo Alimentos e Bebidas desacelerou e subiu apenas 0,25%, após aumento de 1,52% em maio. Melhor ainda: os alimentos especificamente para consumo em domicílio saíram de uma alta de 1,71% em maio para 0,08%. Ou seja, uma série de produtos que haviam subido de preço nos últimos meses tiveram quedas. Boa parte integra a cesta básica, objeto do levantamento feito pela Precifica.
Ainda de acordo com a Precifica, apesar do arrefecimento dos preços nos itens alimentares, a inflação segue em alta, o que tem preocupado o Banco Central (BC). Em seu último relatório, divulgado na quinta-feira (30), com base nos dados do IPCA, entre outros, o órgão admitiu que a inflação oficial deverá superar o teto da meta estipulada para 2022. O percentual corresponde a 3,5% com tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo, ou seja, o teto é de 5%.
Cesta básica em junho
Ainda sobre o levantamento da Precifica, considerando apenas o mês de junho, a empresa observou leve queda de 0,88% no valor da cesta em comparação a maio. Trata-se do segundo mês consecutivo de redução nos preços praticados pelo comércio eletrônico. Para adquirir os produtos pesquisados no sexto mês do ano, o consumidor precisou desembolsar R$ 692,81 ante R$ 698,87 anteriormente.
A pesquisa da Precifica abrange os mesmos itens adotados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). A diferença é que a Precifica monitora o preço do sal refinado, mas não acompanha o do pãozinho francês, enquanto o Dieese acompanha o do pãozinho, mas não o do sal.
“O nosso levantamento, feito exclusivamente no e-commerce, quando comparado com o IPCA, confirma que realmente há um arrefecimento na elevação dos preços, apesar de o IBGE evidenciar um viés ainda de alta. Porém, nossa pesquisa mostra especificamente a evolução da inflação na categoria alimentos e em uma região econômica em particular, no caso, São Paulo”, comenta Ricardo Ramos, CEO da Precifica.
Preço do leite chama a atenção
Dos itens pesquisados, a maior alta foi do leite integral (14,03%). No levantamento feito pela Precifica no e-commerce, o litro podia ser encontrado em junho pelo valor médio de R$ 5,69 ante R$ 4,99 em maio. Mas, a depender do estabelecimento e da região do país, o litro pode ser encontrado por até R$ 10,45.
Tomando o levantamento como base (o indicador começou a ser analisado em fevereiro deste ano), o aumento no preço do leite em abril no e-commerce, a foi de 6,11 %; em maio, teve um aumento de 6,40%; e em junho, registrou alta de 14,03%. Segundo especialistas do setor, uma das explicações para os sucessivos aumentos do leite é a entressafra do produto, que vai de abril a junho, e a alta nos preços dos insumos.
Quanto aos demais itens, a pesquisa mostra que a segunda maior alta foi do preço do quilo da banana (11,84%), seguida do sal refinado (10%) e do óleo de soja com elevação de 8,92%. Em movimento oposto, o preço do tomate recuou –10,73%, a batata -9,12%, o arroz -4,11% e o açúcar -2,13%.
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