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Aplicativos ficam menos de uma semana instalados em celulares, revela estudo

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

O Brasil se consolida como um dos mercados mobile mais exigentes do mundo. Segundo levantamento da AppsFlyer, 49% dos brasileiros desinstalam aplicativos nas primeiras 24 horas após o download, superando a média global de 43%. A taxa coloca o país entre os líderes globais em exclusão precoce de apps, ao lado de Índia e Indonésia.

(Imagem: Reprodução)

Para especialistas, o dado acende um alerta para marcas que focam apenas em aquisição, ignorando estratégias de retenção. “Quando quase metade dos usuários brasileiros exclui um app em menos de um dia, o recado é claro: o consumidor está cada vez mais criterioso e intolerante a experiências ruins”, afirma André Sales, CMO da Appreach, agência especializada em publicidade para apps.

Entre os principais motivos para a exclusão, estão: consumo excessivo de bateria e dados (32%), experiência ruim ou interface confusa (28%), anúncios invasivos (22%) e pouca utilidade percebida (18%). Fatores técnicos e de performance ainda são os mais determinantes para o público brasileiro, diferentemente de mercados maduros, como Europa e Estados Unidos, onde preocupações com privacidade e custo ganham mais peso.

Segundo dados da Adjust, o tempo médio de retenção de um app no Brasil é de apenas 5,5 dias, um dos menores da América Latina. No sétimo dia, a taxa de retenção é de apenas 8%, frente a 14% nos EUA e 13% na Alemanha.

Sales destaca que o erro mais comum das empresas está em priorizar métricas como o custo por instalação (CPI), negligenciando indicadores como churn, LTV (lifetime value) e engajamento real. “Não adianta investir em aquisição se o app trava, o onboarding falha ou os pushs são invasivos. A desinstalação é um feedback direto da insatisfação do usuário”, diz.

Com atuação em mais de 80 aplicativos, de fintechs a marketplaces, a Appreach defende que retenção, UX e personalização devem ser prioridades no marketing mobile. “O consumidor não tolera apps que desperdiçam seu tempo ou memória. Aplicativo não é só canal, é produto em constante evolução”, conclui Sales.