Logo E-Commerce Brasil

Tendências de logística internacional no e-commerce

Por: Eric Brenner

Eric Brenner tem mais de 30 anos de carreira e já ocupou diversos cargos de liderança no mercado de agenciamento de cargas no exterior e no Brasil. Atualmente, é CEO da DHL Global Forwarding (DGF) no Brasil, divisão especializada em soluções logísticas para cargas aéreas e marítimas do Deutsch.

Não é novidade para ninguém que a pandemia de Covid-19 impactou hábitos de consumo no mundo. Um dos mais evidentes é o aumento de compras online, vantajoso tanto pela agilidade e facilidade no momento da compra como pela atratividade dos preços e a entrega em casa. Segundo projeções da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o e-commerce deve atingir R$ 185,7 bilhões no Brasil em 2023. A entidade não só estima um aumento de 5% nas vendas do ano, como também aponta para um crescimento constante da atividade, que deverá chegar a R$ 273 bilhões em 2027.

Entre as tendências estão a priorização do custo do frete, o rastreamento da compra em tempo real e a regionalização.

Parte desse crescimento vem do e-commerce cross border, ou seja, a compra online de produtos de outros países, principalmente China e Estados Unidos. No ano passado, 72% dos brasileiros entrevistados pela NielsenIQ Ebit para o relatório Webshoppers 47 afirmaram ter comprado em sites internacionais ao menos uma vez.

Para chegar ao Brasil, compras de sites internacionais cruzam o mundo em navios e aviões. Para o consumidor, é mais visível o percurso no fim da jornada, já próximo do ponto de entrega, chamado de last mile pelos especialistas em logística. Porém, para que o comprador brasileiro tenha acesso a essas mercadorias, muitas operações logísticas ao longo da cadeia são realizadas.

Tendências da logística internacional do e-commerce

Um recente estudo da DHL apontou quais são as principais tendências da logística internacional do e-commerce. A primeira delas é que os vendedores estão priorizando o custo do frete, deixando a velocidade de transporte em segundo lugar na hora de escolher provedores logísticos. Isso ocorre porque, pressionados pela incerteza econômica, pela inflação e pelos juros altos, os consumidores tendem a escolher produtos de menor custo.

Com os consumidores mais conservadores nos gastos, também podemos prever uma diminuição no volume de compras neste ano, que deve voltar aos níveis pré-pandemia. Notamos que os varejistas online estão enfrentando queda na demanda, pressão na margem de lucro e aumento de custos. Para compensar esse cenário, procuram negociar cada vez mais fretes com múltiplos transportadores, mantendo a busca por um serviço confiável.

A visibilidade em tempo real e o rastreamento do transporte continuam no topo das necessidades dos embarcadores. Sendo assim, muitos vendedores pedem updates de localização de carga proativos e recorrentes, via APIs ou e-mails. Então, podemos esperar investimentos elevados entre provedores de logística em análise de dados e notificações de status de transporte.

Por último, destaco o retorno da tendência de regionalização, com a produção de mercadorias mais próxima do mercado consumidor. Com isso, as cadeias de suprimentos globais ficam menos complexas e mais resilientes, gerando uma aceleração da movimentação de materiais e produtos. Isso levará a que os vendedores sintam necessidade de contratar parceiros fortes de logística, com grande cobertura geográfica.