“Smart TV”, “Connected TV” ou “Hybrid TV” é como são chamados os novos aparelhos que integram TV com Internet , que possibilitarão aos telespectadores maior controle sobre o conteúdo que irão assistir e interação com os programas e com as campanhas publicitárias (assim como já acontece hoje na internet, onde buscamos o conteúdo que nos interessa).
A convergência entre estes dois meios abdica muito mais do conceito antigo de televisão (programação aleatória e comunicação unilateral) e absorve muito mais as características de interação da internet 2.0. Se considerarmos a rápida popularização dos smartphones, é um produto que estará em boa parte das residências brasileiras em pouquíssimo tempo. A geração “Z” ajudará a acelerar essa migração e grande parte de pessoas da geração “X” (principalmente das classes C e D), que ainda vêem o conceito antigo de TV como referência em comunicação, cada vez mais se aproximarão da internet e do mundo online.
Um dos sinais disso é a chegada da Netflix ao Brasil (considerada o bicho papão das emissoras de TV), que oferece locação de vídeos pela internet e chega a representar em alguns horários mais de 20% de todo o consumo de banda larga dos EUA.
Mas o que na prática isso interfere no comércio eletrônico? Tudo.
Primeiro, pela possibilidade de interação do telespectador, as campanhas publicitárias darão certamente maior direcionamento para as lojas virtuais, que permitirão que o cliente assista uma propaganda de TV e efetue a compra ali mesmo pelo controle remoto através do site de comércio eletrônico da empresa. Com isso, os negócios on-line terão ainda maior relevância nas empresas. A TV passará a ser forte aliada dos sites de e-commerce. Hoje temos presença tímida de players de e-commerce na TV, devido aos altos custos de veiculação e as escassas possibilidades de mensuração nesse meio.
Com a “Smart TV”, será inevitável uma mudança da remuneração e perfil dos veículos e das agências. Afinal, estamos caminhando para a “internetização” da TV, o mais poderoso meio de comunicação de massa. Vejo as agências especializadas de marketing e mídia digitais e os veículos on-line muito mais preparados para assumir esse novo formato de TV com soberania. Afinal, morrerá de vez a antiga mídia eletrônica e asumirá de uma vez por todas a mídia digital e online.
Os resultados serão baseados na performance, como já acontece na internet hoje. O próprio Google já diagnosticou o crescimento desse formato e cravou, através de sua diretora de Marketing, Flávia Verginelli, no Fórum de E-commerce 2011: “50% da publicidade online será cost per view”. Só apenas ressalto que provavelmente daqui a 10, 15 anos não existirá mais essa discriminação de publicidade on-line e off-line nas comunicações eletrônicas, pois todo tipo de publicidade será digital e online.
As emissoras de TV, ainda bem, terão que sair do já bem prolongado ponto de conforto que se encontram há décadas. E as empresas e as agências precisam se preparar desde agora para esse movimento. É preciso quebrar a barreira existente hoje entre on-line e off-line. Ter um comércio eletrônico ou fazer e entender publicidade on-line não é mais uma escolha.