Redator publicitário desde a formação, migrou para a criação de conteúdo digital e acabou se encontrando no SEO. Hoje faz parte do corpo diretor da Nerau CX, onde é responsável por todas as ações de SEO para conversão.
Com previsão de lançamento para maio de 2021, a atualização "Page Experience" mudará o algoritmo de ranqueamento do Google com base nas pontuações do Core Web Vitals e possivelmente indicará a velocidade de um site já nas páginas de resultados. Contudo, pouquíssimos e-commerces estão preparados para essa nova realidade.
Em uma pesquisa realizada pela Moovweb, dos 7000 e-commerces analisados nos EUA, 87% falharam no Core Web Vitals. E isso pode se tornar um problemão para os comércios eletrônicos que geram receita a partir do tráfego orgânico.
Core Web Vitals: quais as principais métricas e como otimizá-las?
Core Web Vitals são um conjunto de métricas que medem a velocidade com que as páginas carregam, tornam-se interativas e estabilizam visualmente para usuários reais que interagem com elas.
Além dessas, outras métricas já estão em vigor e compõem o que o Google chama de "experiência da página em resultados de pesquisa". São sinais que basicamente avaliam como os usuários percebem a interação com uma página da web. Leia mais aqui.
LCP (Largest Contentful Paint)
É o intervalo de tempo entre o início do carregamento de uma página até quando a maior imagem ou bloco de texto é totalmente renderizado. Sites com LCPs de 2,5 segundos ou menos para pelo menos 75% dos usuários passarão na métrica do Core Web Vitals.
Normalmente, o LCP é afetado por um dos seguintes problemas:
Tempo de resposta lento do servidor
JavaScript e CSS bloqueando a renderização
Carregamento lento de recursos
Problemas de renderização client-side
Para otimizar seu LCP, considere o seguinte:
Otimize os tempos de resposta do servidor roteando o tráfego para o CDN PoP mais próximo disponível, armazenando ativos em cache, usando um service worker e estabelecendo conexões de terceiros com "rel="preconnect"
Reduza o tempo de bloqueio por JavaScript minimizando o código (por exemplo, removendo espaços em branco), compactando dados com ferramentas como Broti ou Gzip, dividindo pacotes e enviando apenas o que é necessário no início, e servindo código com sintaxe mais recente com ferramentas como Babel.
Reduza o tempo de bloqueio por CSS removendo qualquer CSS não utilizado ou caracteres desnecessários, como espaçamento, recuo ou comentários. Organize o CSS crítico inline incluindo-o diretamente no <head> da página.
Para reduzir os tempos de carregamento de recursos, otimize e comprima arquivos de imagem e texto, pré-carregue recursos importantes, entregue diferentes ativos com base na conexão de rede e ativos de cache utilizando um service worker.
Otimize a renderização client-side reduzindo o tempo de bloqueio do JavaScript (consulte o nº 2 para otimizar isso), usando a renderização server-side (SSR) e pré-renderização.
FID (First Input Delay)
É a quantidade de tempo que leva para uma página ficar pronta para interatividade do usuário. Ou seja, durante o carregamento, quanto tempo leva para a página responder a cliques, rolagens ou comandos de teclado. Sites com FIDs de 100 milissegundos ou menos para pelo menos 75% dos usuários serão considerados experiências boas.
Os motivos comuns para FIDs lentos incluem:
Tarefas longas que bloqueiam o thread principal por 50 milissegundos ou mais.
Execução de scripts (internos) que atrasam a interação.
Tempo de execução pesada do JavaScript.
Como otimizar o FID:
Divida o código de longa execução em tarefas assíncronas menores e aplique o code-splitting.
Mova o carregamento e a execução de scripts pesados para "componentes não essenciais" e coloque-os fora do critical path. Minimize o carregamento de dados em cascata e a quantidade de dados que precisa ser pós-processada no lado do cliente (client-side).
Use um web worker, como Comlink, Workway ou Workerize, que possibilita a execução de JavaScript em um thread de segundo plano. Divida o pacote JavaScript em vários blocos (também conhecido como lazy loading) e carregue todos os scripts de terceiros com defer ou async.
(Cumulative Layout Shift)
É a estabilidade visual do layout enquanto a página é montada. Isso evita que o conteúdo carregue de forma desordenada, gerando deslocamento repentino nos textos e imagens. Sites com CLS inferior a 0,1 em pelo menos 75% das vezes oferecem uma boa experiência.
Se você obter um CLS ruim, provavelmente é devido a um dos seguintes fatores:
Uma imagem ou vídeo se redimensionando durante o carregamento.
Redimensionamento de anúncios.
Fonte que carrega tarde e é exibida maior ou menor do que o pretendido.
Para melhorar essa métrica, considere o seguinte:
Inclua dimensões exatas em suas imagens e elementos de vídeo.
Evite anúncios pop-up ou banners. Em vez disso, reserve estaticamente um grande espaço para o local do anúncio.
Para gerar relatórios super detalhados de uma página específica, recorra ao PageSpeed Insights, GTmetrix ou Measure. Todos eles possuem as métricas do Core Web Vitals e utilizam as mesmas documentações e sugestões de como corrigir os erros. Portanto, faça uso da ferramenta que for mais intuitiva para você.
Atenção: ao utilizar ferramentas deste tipo, faça teste em diversas páginas diferentes. No caso de e-commerces, teste a home, páginas de categoria e de produtos. Com certeza, cada tipo de página precisará de cuidados diferenciados.
Atualmente, o padrão do PageSpeed Insights se baseia nas estatísticas para smartphone, já que há algum tempo o Google considera somente a performance mobile de um site. Em outras palavras, procure otimizar seu e-commerce para ser o mais rápido e agradável em navegações móveis.
O Google também adicionou as métricas Core Web Vitals aos relatórios do Search Console quando os dados de experiência do usuário do Chrome estão disponíveis. É uma forma de perceber os erros e pontos de atenção de várias páginas ao mesmo tempo.
Existem diversas outras maneiras de analisar o seu e-commerce a partir dessas métricas, por isso, se você quiser considerar todas elas, confira a documentação oficial das Core Web Vitals.
Conclusão
O Google está levando a velocidade do site cada vez mais a sério. E não é sem motivo: a velocidade do site impacta toda a estratégia digital, desde a visibilidade (SEO e SEM), passando pelo tráfego, experiência do usuário e, por fim, as conversões e receitas.
O gigante das buscas está batendo nessa tecla há praticamente uma década para deixar claro que a velocidade do site é importante, e vem lançando várias atualizações para solidificar isso.
As métricas fornecidas pelas Core Web Vitals são apenas a etapa mais visível deste esforço. Por isso, é importante acompanhar todas as atualizações do Google, pois, com certeza, mais métricas entrarão nos sinais de classificação da ferramenta.