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Saúde financeira no seu negócio: dez passos para crescer de forma saudável

Por: Antenor Neto

Especialista em E-commerce na Tray

Especialista em e-commerce na Tray Commerce - Unidade de E-commerce Locaweb. Atuando há mais de sete anos no e-commerce, é Consultor Certificado Mercado Livre e já participou de vários projetos de consultoria para alavancar as vendas dos clientes internos da plataforma. Também é responsável pela criação e supervisão dos conteúdos da Escola de E-commerce.

Qualquer que seja o ramo de atuação da sua empresa, estar com as contas em dia é parte fundamental da saúde do seu negócio, principalmente quando pensamos no longo prazo.

Possuir um controle financeiro de qualidade é importantíssimo para que você se programe, prepare e cresça de forma saudável e sustentada, com o passar do tempo.

Independentemente de tratarmos de e-commerces ou empresas físicas, a falta de cuidado com as contas do seu negócio pode facilmente levá-lo à falência.

Possuir um controle financeiro de qualidade é importantíssimo para que você se programe, prepare e cresça de forma saudável e sustentada, com o passar do tempo.

Isso porque, mesmo que a empresa esteja vendendo bem, e apresentando um faturamento elevado e crescente, sem o devido controle, ela pode rapidamente cair em prejuízos pelo descuido com as despesas.

Não são raros os casos nos quais empresas, mesmo apresentando um bom desempenho no mercado, acabam quebrando, justamente por essa falta de controle com as suas contas.

Portanto, para evitar que você passe por esse tipo de situação, decidimos separar aqui dez dicas que vão ajudar a melhorar a saúde financeira do seu negócio.

Como melhorar a saúde financeira da sua empresa

Realizar um bom plano e um bom controle financeiro, definitivamente, não é uma tarefa fácil.

São muitos os pontos aos quais é preciso ficar atento, desde questões como fluxo de caixa até controle de despesas e precificação de produtos.

Entretanto, todo esse esforço vale muito a pena, já que é ele que permitirá que sua empresa mantenha a estabilidade e consiga crescer de forma sustentável.

Além disso, com suas contas controladas, as chances de o seu negócio conseguir resistir e se sair bem em momentos de crise são muito melhores do que quando não há esse controle.

Por isso, confira dez dicas para melhorar a saúde financeira da sua empresa!

1 – A importância de um planejamento estratégico

Quando estamos tratando de controle financeiro, é fundamental construirmos um planejamento estratégico eficiente, que traga previsões e metas com prazos para serem atingidos.

Dessa forma, você identifica como está a sua empresa agora e projeta, com base em expectativas realistas, como ela deve estar daqui a certo tempo.

O ideal é fixar metas realistas para os prazos definidos, que visem a otimizar o faturamento financeiro da empresa.

Um exemplo disso poderia ser uma empresa que identifica que está tendo muitas despesas fixas e opta por criar uma meta de reduzir esses custos para um nível específico até certa data.

2 – Mapeie as despesas

Um dos elementos que mais prejudicam as empresas, principalmente aquelas de médio e pequeno porte, é a falta de um mapeamento de despesas.

Sem ele, muitos custos desnecessários acabam passando despercebidos e corroendo a margem de lucro do seu negócio, o que é extremamente prejudicial.

Esse problema é tão complicado que até mesmo empresas com um ótimo desempenho comercial podem sofrer prejuízos por culpa dele. Justamente pelo fato de os custos crescerem de forma mais acelerada do que o faturamento.

Sendo assim, é fundamental identificar cada uma das despesas do seu negócio e registrar cada uma delas.

Um primeiro passo para isso é realizar uma separação entre o que são custos fixos e variáveis.

Para quem não sabe, os custos fixos são aqueles que não variam, ou variam muito pouco com relação ao volume de vendas daquele mês. Por outro lado, os custos variáveis são aqueles que variam de acordo com o volume de vendas de cada mês.

Alguns exemplos de custos fixos são coisas como aluguel, limpeza, e equipamentos. Enquanto isso, exemplos de custos variáveis são valores pagos em matéria-prima, logística ou comissões, uma vez que variam a depender da quantidade de vendas.

3 – Separe as verbas pessoais das empresariais

Poucos problemas são tão recorrentes em pequenos negócios como a falta de separação de verbas pessoais e empresariais.

Além de ser extremamente recorrente, esse problema é muito danoso, começando de forma pequena e, após, crescendo como uma bola de neve.

Para resumir, um erro muito comum que algumas empresas cometem é misturar o dinheiro da empresa com o do dono, com ele sendo utilizado para arcar com as despesas da pessoa física.

Esse tipo de prática começa pequeno, mas sai do controle muito rapidamente e, por isso, não pode ser tolerado.

Para lidar com isso, é fundamental que se estipule um pró-labore para o dono e os sócios da empresa, que servirá como teto para o valor que será retirado por essas pessoas.

Além disso, tudo que for superior a esse valor estipulado poderá ser reinvestido na empresa, colaborando para o seu desenvolvimento e crescimento.

4 – Trabalhe o fluxo de caixa

O fluxo de caixa é uma das ferramentas mais úteis da contabilidade na hora de realizar uma boa gestão financeira.

Basicamente, ele consiste em um controle de tudo que saiu e tudo que entrou no caixa da sua empresa dentro de determinado período.

Dessa forma, você consegue identificar e quantificar o fluxo de entradas e saídas da sua empresa, determinando tanto o saldo atual quanto facilitando previsões futuras.

Com previsões mais precisas, é possível programar-se para sempre ter capital de giro suficiente para lidar com todas as despesas da sua empresa, como folha salarial, fornecedores e impostos.

Se você sempre possuir capital de giro por sua conta, não precisará recorrer a endividamentos e pagamento de juros, o que é uma bela economia de dinheiro.

5 – Saiba como precificar os produtos

O processo de precificação dos produtos é um dos mais importantes, não só para um e-commerce, mas para qualquer empresa.

A grande questão é que ele também é um dos mais complexos, uma vez que exige uma ampla pesquisa e análise sobre o comportamento dos preços no seu mercado de atuação.

Além disso, muita gente tende a se orientar apenas pelos preços praticados pela concorrência, o que é um grave erro.

Afinal de contas, nada garante que seus custos de produção e a sua demanda sejam iguais aos deles.

Portanto, você pode estar deixando passar uma oportunidade de trabalhar com preços menores, ou, então, tendo uma margem de lucro pequena demais sobre cada venda.

Para que você consiga realizar a sua precificação de forma mais independente, é essencial que você estude toda a cadeia de custos dos seus produtos.

Usando essa informação como base, junto dos seus custos fixos, você conseguirá definir uma margem de lucro vantajosa para você, que também seja competitiva dentro do mercado.

6 – Construa um capital de giro e uma reserva de emergência

O capital de giro nada mais é do que todo o dinheiro que é necessário para que a sua empresa se mantenha operante no dia a dia.

Ele existe porque, em determinadas situações, a sua empresa pode não possuir o dinheiro necessário para realizar um pagamento naquele instante, mas ainda precisa ser feito.

Um clássico exemplo desse tipo de situação é quando a sua empresa adquire um produto do fornecedor que precisa ser pago em até três dias.

Entretanto, o consumidor realizou o pagamento no crédito, o que significa que ele só cairá dentro de 30 dias. Na teoria, você possui o dinheiro, mas, na prática, ele ainda não caiu.

Portanto, se você não tiver nenhum dinheiro na conta da empresa, terá que recorrer a um endividamento. Essa opção é péssima, pois vai corroendo a saúde financeira do negócio e ocupando mais espaço do seu orçamento com o pagamento de juros.

Para prevenir esse tipo de situação, é fundamental que você se programe para ter sempre uma reserva em dinheiro para servir como capital de giro. Dessa forma, você não precisará endividar-se para arcar com os custos da sua empresa.

7 – Acompanhe sempre as principais métricas

Para que você consiga de fato acompanhar e compreender como está a situação financeira do seu negócio, é preciso ficar sempre de olho em alguns indicadores e métricas da sua marca.

É por meio dessa leitura que você visualiza os dados que mostrarão como de fato tem sido o desempenho da sua empresa durante determinado período.

Ou seja, estamos falando de você realizar uma análise de dados periódicos, verificando a evolução desses indicadores para entender como tem sido o desenvolvimento da sua empresa. Isso ajudará não apenas a entender a situação atual dela, mas a realizar projeções e traçar metas e planos para o médio e longo prazo.

Trataremos de quatro indicadores principais, sendo eles: lucratividade, rentabilidade, liquidez corrente e geração de caixa.

Quer entender mais sobre cada um deles? Então continue com a gente para descobrir!

Lucratividade

Começando pela lucratividade, ela nada mais é do que um indicador que demonstra quanto uma empresa de fato ganhou com relação ao seu faturamento ou, em outras palavras, qual foi a sua margem de lucro líquida.

Esse é um valor que é normalmente representado de forma percentual e pode ser calculado de forma bem simples.

Basta você pegar o lucro líquido da sua empresa, dividir por toda a sua receita no mesmo período e, por fim, multiplicar por 100.

Ou seja: lucratividade= lucro líquido/receita bruta X 100.

Rentabilidade

A rentabilidade é um conceito muito parecido, e por isso muita gente acaba se confundindo.

Nesse caso, o que é avaliado pelo indicador é o retorno obtido em relação ao investimento inicial, ou ao total de investimentos realizados ao longo de um período.

Assim, você deverá dividir o seu lucro líquido pelo seu investimento inicial, ou total investido, em determinado período, para depois dividir por 100. Dessa forma, você encontrará um valor percentual que indica a rentabilidade do seu negócio.

Ou seja: rentabilidade= lucro líquido/investimento no período X 100.

Liquidez corrente

De forma bem direta, a liquidez corrente é a relação entre ativos e passivos circulantes de uma empresa. Ou seja, a proporção de ativos convertíveis em dinheiro no curto prazo com relação aos valores que devem ser pagos no mesmo período.

Para calcular esse indicador, basta dividir o total de ativos circulantes pelo total de passivos circulantes no mesmo período.

Ou seja, liquidez corrente= ativos circulantes/passivos circulantes.

Geração de caixa

A geração de caixa nada mais é do que um mapeamento dos recebimentos da empresa, indicando de onde e quando vem o dinheiro.

Dessa maneira, o seu negócio consegue formular uma política interna quanto ao prazo de recebimentos e pagamentos da empresa que seja mais vantajosa para você.

8 – Corte gastos de forma cuidadosa

Conforme você vai mapeando cada um dos gastos da sua empresa, você acaba descobrindo algumas despesas que parecem ser realmente desnecessárias em um primeiro momento. A tentação de cortar é muito grande, mas é preciso ter cautela nessa ação.

O motivo disso é bem simples: por mais que a decisão de cortar todas essas gorduras pareça ser a mais lógica do ponto de vista contábil, isso pode comprometer a cadeia produtiva da empresa. Ou seja, nem sempre temos certeza de que aquele gasto não está de fato trazendo algum retorno, mesmo que indiretamente, e apenas sair cortando pode impactar negativamente o seu negócio.

É claro que você não deve ficar refém das gordurinhas, mas é preciso ter muita certeza antes de realizar o corte.

9 – Crie categorias de gastos

Ao dividir os seus gastos em categorias, você organiza exatamente tudo o que está saindo da sua empresa. Ou seja, você saberá exatamente quanto, quando e por que determinado valor está sendo gasto e por que tal despesa existe.

A divisão mais comum de ser feita inicialmente é a separação dos gastos em fixos e variáveis.

10 – Tenha um plano de pagamentos e recebimentos

Assim como já falamos anteriormente, não adianta você ter o dinheiro na teoria, mas suas contas vencerem antes de você receber.

Esse processo de recebimento e pagamento precisa estar alinhado para que você consiga conciliar tudo aquilo que você ganha com as datas que você precisa pagar.

Isso é chamado de plano de pagamentos e recebimentos, parte fundamental de um planejamento de sucesso, para que sua empresa evite endividamentos e o pagamento de juros e multas.

Manter a saúde financeira do seu negócio é fundamental para garantir a sua estabilidade e permitir que a sua empresa cresça de forma sustentável nos próximos anos.

Sem um bom controle financeiro, a sua empresa fica muito vulnerável a cenários externos e pode acabar quebrando mesmo se for bem nas vendas.