Lojas virtuais passam a comprar palavras erradas em links patrocinados para aprimorar o posicionamento online e garantir mais acessos e vendas.
Segundo a pesquisa Marketing Visão 360º, 77% das empresas que realizam ações de links patrocinados consideram os resultados das campanhas excelentes ou boas. Além disso, segundo o próprio Google, o volume de cliques em links patrocinados aumentou 39% durante o primeiro trimestre de 2012.
Os números desse tipo de ação são realmente bem otimistas com imenso potencial, afinal é muito simples, após oferecer o maior preço por clique para o buscador, toda vez que o usuário digitar “passagem” irá aparecer o site de uma agência virtual de viagens.
Tudo parece ser muito lindo e maravilhoso, mas e quando digitam “paçagem” ou “passage”? Simplesmente irá aparecer o famoso “Você quis dizer passagem” ou você tentará lucrar também em cima disso?
Sabe aquele dito popular “Atirei no que vi e acertei no que não vi”, ele começa a fazer sentido com o movimento de mercado na contratação de palavras-chaves erradas.
“Quando falamos em campanhas digitais para comércio eletrônico, a otimização de mídias digitais é um dos principais pilares, principalmente os links patrocinados. Pode até parecer estranho, mas a compra de palavras erradas que tenham a ver com seu negócio também é uma excelente forma de cercar o cliente”, afirma Natan Sztamfater, CEO da CookieWeb, agência de marketing digital especializada em e-commerce.
O especialista explica que essa prática tem sido cada vez mais comum nos investimentos das lojas virtuais. “Os lojistas virtuais começaram a ver o equívoco na busca como mais uma forma de fechar negócio, passando a contratar os erros mais comuns”, conta Sztamfater.
Voltando no primeiro exemplo, esse pode ser um caso real na agência de viagens online ViajaNet. Existe uma série de combinações de palavras erradas como: “Maiami” para a cidade norte americana ou “Disnei” para o famoso parque de diversões da turma de Mickey e princesas de Walt Disney.
“O ramo de turismo apresenta um grande volume de erros na busca. Muitas vezes a pressa e o desconhecimento ou dúvida na escrita da palavra são as principais causas para a contratação de palavras erradas”, comenta Alex Todres, sócio fundador da ViajaNet. Na companhia, a cada 100 palavras-chaves definidas para a compra, 20 delas contêm erros.
Outra empresa que utiliza a prática de contratação de palavras erradas é a floricultura online Giuliana Flores. “Investimos boa parte de nossa verba em links patrocinados, e chegou um momento em que precisávamos explorar além do convencional. Foi então que surgiu a oportunidade de ampliar as ações com palavras erradas”, explica Juliano Souza, gerente de marketing da Giuliana Flores.
Os investimentos nas palavras começaram de forma gradual, passando desde o nome da loja virtual até erros de digitação dos principais produtos do e-commerce.
“Como a grafia do nosso nome é de origem italiana, percebemos que as pessoas muitas vezes escreviam Juliana ou Giulianna”, conta Souza. Entre a lista de palavras ainda contam “fror”, “buquet”, entre outras.
A loja virtual possui mais de 10 mil palavras-chaves compradas, sendo que cerca de 5% são destinadas para palavras erradas. E ainda de acordo com o executivo, a tendência é continuar investindo. “Essas palavras nos geram tráfegos, geram vendas, logo vamos continuar investindo cada vez mais. Enquanto eu tiver ROI, vou manter”, finaliza Souza.
Por Marco Miranda e Renata Milagres, NB Press Comunicação